A propaganda do governo sobre qualificação de profissionais de segurança dá margem a diversas interpretações, nenhuma delas capaz de explicar a nomenclatura do curso e seus reais objetivos: estaria a Segurança Pública do Pará se preparando para usar armas não portáteis?/Divulgação

Dizem que dinheiro demais tanto ajuda quanto atrapalha; e é verdade. Com mais de R$ 100 milhões aplicados em propaganda somente neste ano – ainda deve haver uns trocados para torrar até os 45 minutos do final deste semestre -, o governo do Pará tropeça entre o ridículo e o razoável. Agora mesmo, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social divulga a conclusão de curso de “Tiro em armamentos portáteis e saque velado”, promovido pela Secretaria-Adjunta de Inteligências e Análise Criminal, evento que deu nó na cabeça de especialistas e observadores de plantão pelo que não parece ter sido.

Armamentos não portáteis?  
canhão, mísseis, quem sabe…

Explica-se: primeiro, divulgar a forma de preparo dos agentes de Inteligência é, no mínimo, comprometedor – alguma coisa como entregar o ouro ao bandido; segundo, o que significa “saque velado”?  Seria sacar a arma sem ser notado quando, por óbvio, agentes de Inteligência classicamente não usam armas de defesa pessoal ostensivamente; muito pelo contrário? Além disso, o curso foi de “Tiro em armamentos portáteis”, o que soa estranho. Será que algum policial da segurança pública do Estado – exceto das Forças Armadas – utiliza armamento que não seja “portátil”? Ou a Segurança Pública do Pará pretende comprar armamentos não portáteis, tipo canhão, mísseis ou o que os valha?

Patrocínio da volta às
aulas escancara falhas do Banpará

Praticamente todo o sistema do Banpará falhou na hora agá: em Belém e no interior, funcionários se viram em palpos de aranha para entregar a primeira parte do pacote de bondades do governo a estudantes que, segundo o governo, precisam de “estímulo” para retornar às aulas presenciais e não abandonar a escola. Como ocorrido em vezes anteriores, o banco carece de planejamento logístico para operações desse porte, sem falar que opera com equipamentos e sistema precários, o que qualquer cliente percebe no dia a dia. Assim, o governo da boa vontade “aparece” para o distinto público, mas às custas das mazelas do próprio banco.