Servidor nomeado gerente em uma Secretaria do governo do Estado recebeu diárias correspondentes a seis dias deste mês de férias para executar suposto serviço de fiscalização em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, mas passou direto, apesar dos engarrafamentos diários e quilométricos comuns a quem trafega pela BR-316, entrando ou saindo da capital. Tão empenhado em executar sua tarefa de fiscalização, o rapaz foi parar em Bragança, a cerca de 300 quilômetros de Belém, onde foi visto ‘curtindo’ o veraneio, conforme imagens publicadas nas redes sociais – muito bem acompanhado, aliás.
Sua acompanhante em Bragança, coincidência ou não, vem a ser nada mais, nada menos do que secretária-adjunta da tal Secretaria. Adjunta, uma ova: para assinar diárias à base de três por quatro como ela tem feito, está mais para titular do cargo. Recentemente, em mais um rompante administrativo – bem antes do início do veraneio -, a fiscalização da operante Secretaria mirou a Ilha de Mosqueiro, também na Região Metropolitana de Belém. Para esse serviço, a secretária-adjunta autorizou diárias de 27 dias, correspondentes a quase R$ 5 mil, valor que sairia sob a rubrica de “suprimento de fundos”. Sairia.
E viva São João!
Outra servidora da Secretaria foi aquinhoada com diárias para duas semanas, dessa vez não para fiscalizar, mas para representar a secretária-adjunta em um festival junino em Abaetetuba, cidade a cerca de 220 quilômetros de Belém. Não por acaso, a moça é de lá e seus pais são muito conhecidos no município pela atuação política.
Se essa gastança de dinheiro público sugerir farra de diárias, não será mera coincidência, ao menos para servidores da Secretaria abaixo da linha de bondades. Eles estão desconfiados de que alguma coisa está fora de ordem, com base nas fotos da “curtição” em Bragança, mas nisso a coluna não se mete, nem avalia, nem julga, nem nada.
Explique-se
Aquelas diárias de 27 dias e quase R$ 5 mil debitadas na rubrica “suprimento de fundos” não foram pagas. Foram habilmente devolvidas pelo setor financeiro para o gabinete da secretária-adjunta com pedido de justificativa, o que não aconteceu até agora – mas, já nem precisa; vá ver que perdeu o sentido, ou a viagem. Segue o andor.
