Decisão de extinguir bolsas para formação de gestores por parte da Reitoria golpeia planos do governo na condução do Programa Forma Pará, administrado pela Sectet, do professor Carlos Maneschy e gerenciado pela professora Edilza Fontes, “afilhada” do governador Helder Barbalho e protegida da deputada federal Elcione Barbalho/Fotos: Agência Pará.

Definitivamente, os tempos andam sombrios lá pelos lados do campus da UFPA – se duvidar, até o rio Guamá vaza na maré alta e sobe na maré baixa. O cenário mais esquisito está no complexo do terceiro andar no Prédio da Reitoria.  O azedume se origina agora em gabinetes bem posicionados da Governadoria do Estado,  gerado por seguidas reclamações de órgãos e entidades governamentais por conta da excessiva interferência do magnífico reitor da UFPA,  professor Emanuel Tourinho,  na Fadesp,  a fundação de apoio à pesquisa da Universidade. Essas intromissões têm gerado instabilidade na operação de diversos programas,  especialmente a menina dos olhos do governador,  que é o Programa Forma Pará. Só neste,  o magnífico deu uma canetada só e redirecionou o orçamento, extinguindo 40 bolsas de gestores  imprescindíveis para fins de execução.  Daí  o ranger de dentes e a especulação de que o próprio governador irá à Reitoria cobrar explicações.

Anatomia de uma confusão

O Programa Forma Pará é uma ação do governo que prevê aumentar a oferta de cursos superiores no Estado. Foi criado em 2019 com a meta de ofertar 4 mil vagas até este ano. Contudo, a demanda das prefeituras fez com que essa meta fosse superada, somando mais 1,7 vagas às 3.963 já ofertadas nas três chamadas anteriores. O programa é conduzido pela Secretaria de Ciência e Tecnologia, sob comando do secretário e ex-reitor da UFPA Carlos Maneschy, “criador” do atual reitor, Emanuel Tourinho, a “criatura” que, através da Fadesp, vem embolando as ações do Forma Pará. Detalhe: a professora Edilza Fontes gerencia o programa, considera-se “afilhada” do governador Helder Barbalho e tem a simpatia da mãe do governador, deputada federal Elcione Barbalho. Entenderam?  

Além do mais…

O que se diz é que o professor Emanuel Tourinho está mal na articulação política. Move mundos e fundos para compor uma chapa para enfrentar o chapa do professor Fernando Arthur – ex-aliado e ex-pro-reitor –  visando a direção do icônico Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, joia da coroa da UFPA. E Tourinho tem fracassado em todas as negociações, revelando que não tem mais a mesma força e apelo de alguns meses atrás.