Se não acabou o encanto, parece. Suposta “mudança de comportamento” depois da reeleição à base de 88% dos votos estaria tornando o reitor da UFPA, professor Emanuel Tourinho, “ocupante indigno” do cargo para parte da comunidade acadêmica. Nele, a comunidade acadêmica apostou todas as fichas por considerá-lo “corajoso baluarte” na defesa de seus direitos, condição que se consolidou quando o magnífico reitor se permitiu ser filmado em manifestações contra o governo federal posando ao lado da então presidente Dilma Rousseff e do candidato do PT à Presidência, Fernando Haddad. Esse episódio, aliás, levou ao tensionamento vivido pelo grupo ligado ao reitor pela incerteza da nomeação de Tourinho pelo presidente da República por conta da aberta ligação com o PT.
Onde o sapato aperta
O que se diz é que, embora tenha respeitado o resultado da consulta à comunidade acadêmica, nomeando o mais votado, o Planalto decidiu monitorar a administração da Universidade apertando o torniquete em ações – ou ausência delas – consideradas “fora da curva”. Uma delas envolve a obrigatoriedade da implantação do ponto eletrônico para servidores técnicos administrativos, que provocou forte reação na comunidade acadêmica, tanto quanto a exigência do passaporte vacinal e o reajuste do preço da alimentação, este, determinado pela PGR. Tourinho não reagiu, como esperado; muito pelo contrário.
Regras para se quebrar
No caso bandejão, a reação foi mais aguda. Motivo de reunião do Conselho Superior de Administração, nesta semana, a decisão de reajustar o preço pago por estudantes (R$1), funcionários (R$2) e aluno ou funcionário de outra instituição autorizado pela Seast (R$ 3), a título de contrapartida, doeu na barriga e no bolso: R$ 10. Nesse ponto estancou a boa vontade com o magnífico. Seus eleitores acusam Tourinho de “falta de empatia e solidariedade”, mesmo sabendo que a medida é extensiva a todas as universidades federais. Para a comunidade acadêmica da UFPA, regras estão aí para serem quebradas.