Praia de Ajuruteua no carnaval e o dramático resgate da Toyota SW 4 engolida pela maré, ontem: o Domingo Gordo foi dia de visitas à casa da ex-deputada Simone Morgado seguida de uma explosão de comentários nas redes sociais da região/Fotos: Redes Sociais-Whatsapp.
Por Olavo Dutra | Colaboradores
Três eventos – interrelacionados, por assim dizer – movimentam as redes sociais de Bragança e região desde ontem: o caso do Toyota SW 4 engolido pela maré alta da madrugada de segunda-feira na Praia de Ajuruteua – onde, apesar de se tratar de terras de marinha, surge o metro quadrado mais caro do balneário; o dramático resgate do veículo, na maré baixa, graças à disponibilidade de equipamentos, incluindo trator e a boa vontade de curiosos e supostamente de trabalhadores da prefeitura; e a inusitada visita de veneranda da senhora ligada à Diocese de Bragança, em pleno carnaval, à casa da ex-deputada Simone Morgado, dividindo espaço com o ex-prefeito Edson Oliveira e o irmão dele, deputado Renato Oliveira, do Podemos, além de outras religiosas.
Sob a luz da praia
A pièce de résistance das redes sociais da região, porém, se equilibra em três polos não exatamente indistintos: repousa na pergunta impertinente sobre quem seriam os donos das belíssimas casas de praia estampadas em postagem da coluna de ontem; a quem pertenceria a Toyota SW 4 que a maré engoliu e regurgitou – como a sucuri que, recém-alimentada, é vítima de perturbação -; e o que faziam as religiosas em um Domingo Gordo na praia – e não recolhidas em retiros espirituais, como acontecia em priscas eras. Novos tempos, diria o bispo, ora bolas!
O carro e as casas
Os comentários iniciais davam conta de que a Toyota seria de propriedade de um empresário da pesca de nome Melque Zedeque – grafia corrente nas redes sociais -, mas não se sustentam. Levantamento da coluna junto ao Departamento de Trânsito, ainda que na Segunda-feira de Carnaval, atribui a propriedade do veículo a outra pessoa que, felizmente, não tem ligações aparentes com a Igreja Católica – o que tira da reta qualquer personagem ligada à diocese. Mas há um detalhe: dizem que das cinco casas de praia mostradas pela coluna, ontem, duas – marcadas na imagem desta edição com ‘x’ -, sim, pertenceriam a religiosos e pessoas próximas, uma delas, aliás, possível funcionário do Hospital Santo Antônio Maria Zacaria, cuja gestão dispensa apresentações, apesar do bispado tripartite implantado na cidade.
À espera de explicações
Para que não se repitam os comentários de que a coluna engatou uma ‘verdadeira perseguição’ à Igreja Católica através da Diocese de Bragança e ante o fato de que, diretamente, jamais a diocese se dirigiu à coluna para esclarecer o que abunda nas redes sociais da região, lembramos que, como sempre, o espaço está franqueado a quem interessar possa. Quem sabe se o mesmo bispo que assina nota de repúdio para avalizar as ações da gestão do hospital não se apresenta para esclarecer o que dizem as redes sociais e o povo que acompanha São Benedito…