Desde o ano passado e a oito meses da eleição, a direção do Sebrae no Pará segue travando uma disputa insana, enquanto a clientela, do outro lado do balcão, sente os efeitos dos desencontros de gestão/Fotos: Divulgação.

Só Shiva, o deus da destruição, uma das 330 milhões de divindades do panteão hindu para por termo no caos administrativo que envolve o Sebrae no Pará. Ao que se sabe, nem os mais poderosos mortais do Estado, como o governador Helder Barbalho, parecem dispostos a meter o bedelho em uma situação que se arrasta há meses, com tricas e futricas as mais escabrosas que se possa imaginar. Entre os dirigentes da instituição, um fala que aquele só “veste ternos de R$ 25 mil”; que o outro “expande seus negócios a olhos vistos” e a outra compra casa e apartamento, este, avaliado em R$ 1 milhão. Durma-se com um barulho desses.

Do outro lado do balcão, a clientela que precisa do Sebrae se encolhe. A quem se dirigir com propostas e projetos se a crise de ciúmes é inevitável e o risco de “cair em desgraça”, iminente? A quem se dirigir sem riscos e com a certeza de que será atendido profissionalmente e de maneira isenta? Como na briga do rochedo contra o mar sempre sobra pra o caranguejo, melhor deixar a ressaca passar. Apesar das perdas e dos danos. Cada diretor do Sebrae ganha até R$ 35 mil por mês.

Gestão paroquial e sem controle

A estrutura do Sebrae consiste em um superintendente, Rubens Magno, o dos ternos de R$ 25 mil; diretoria Técnica, Fabrizio Guaglianone, o dos negócios em expansão, e diretoria Administrativo-financeira, Cássia Rodrigues, a do apartamento de R$ 1 milhão. Acima da diretoria executiva está o Conselho Administrativo, presidido por Sebastião Campos, o benevolente, que ora se deixa envolver por um, ora por dois, mas tem se mostrado incapaz de sentar com os três diretores à mesma mesa, passar uma borracha nas desavenças e botar a casa em ordem. Dizem que até o empresário Jader Filho, que goza de grande influência no governo do irmão teria lavado as mãos…

Não há como negar a dificuldade de gestão no Sebrae, até porque ninguém confia em ninguém e todos desconfiam um do outro. O que se diz é que, recentemente, o superintendente Rubens Magno entrou em gozo de férias e viajou. Teve que dar meia volta meio que às pressas ao saber que quatro assessores da superintendência foram mandados para o olho da rua. Ninguém se responsabilizou e a situação está sendo regularizada. O que se sabe é que Fabrizio Guaglianone e Cássia Rodrigues, que é enteada do presidente da Assembleia Legislativa, Chicão Melo, se juntaram a Sebastião Campos, presidente do Conselhão, para fustigar o superintendente Rubens Magno.

Quem tudo quer tudo perde

Mas, afinal, o que querem os diretores do Sebrae além de R$ 35 mil de salários por mês e poder: a superintendência. Ocorre que não há a menor indicação de que o governador Helder Barbalho irá manter um que seja dos três na direção do Sebrae; muito pelo contrário. O governador estaria dando tempo ao tempo até o final do ano. Helder tem pleno conhecimento do que vem ocorrendo: sabe que o diretor Técnico quer suceder o superintendente, que só espera a hora de sair para cuidar da própria vida, e que a diretora Administrativo-financeira, considerada “muito mimada”, dá expediente quando bem quer – o que cristaliza a importância de Chicão Melo na máquina do Estado.  

Papo Reto

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  • Uma coisa é certa: Beto (da Fetagri) Faro (foto) não é bem de raiz nas regiões sul e sudeste do Pará e muito menos na região nordeste. Em Paragominas, por exemplo, o nome dele é associado a invasores de terra.  
  • O governador Helder Barbalho fixou em exatos R$ 35.462,22 o subsídio dos desembargadores do TJ do Pará.
  • Tanto curralzinho político querendo virar município e não se fala na emancipação de Mosqueiro, Outeiro e Icoaraci.
  • A agenda cada vez mais corrida do governador pelo interior e exterior ainda não permitiu seu encontro  com a presidente interina da FPF, Graciete Maués.
  • A diretoria do Paysandu climatizou cabines de rádio da Curuzu, mas tem um locutor que sente frio e abre a vidraça  do seu ambiente de trabalho, prejudicando os demais.  
  • Está na hora de acabar com o funcionamento desse parque de diversões na festividade de Nossa Senhora de Fátima. O espaço é pequeno e prejudica a circulação de pessoas e veículos.
  • Pela regra eleitoral, os pré-candidatos já podem iniciar “vaquinha” virtual a partir de hoje, mas a arrecadação só poderá ser feita por empresas especializadas cadastradas na Justiça Eleitoral.
  • Tribunal Superior Eleitoral e o Spotify firmaram acordo para combater a “desinformação nas eleições”. Tomara que valha para todas as matizes políticas e correntes ideológicas.
  • O STF reconhece licença de 180 dias para servidor federal pai solo. A jurisprudência deverá ser seguida em todos os processos semelhantes que tramitam no País.
  • O programa Farmácia Popular – até ele! -, que andou sendo alvo de safadezas, ganhou novo sistema de blindagem antifraude. O governo federal também espera reduzir tempo de bloqueio de estabelecimentos impedidos de vender medicamentos por envolvimento em ilícitos.