Enquanto a delegação do governo do Pará tenta vender uma imagem verde nos corredores da Conferência do Clima, a COP26, em Glasgow, na Escócia, e propagandeia a absurda meta de reduzir a emissão de carbono, a divulgação dos dados do monitoramento do Deter, feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), aponta o mês de outubro de 2021 com 876,5 km² de área desmatada na Amazônia Legal. O número representa alta de 5% em relação ao mesmo mês do ano passado e é recorde para o período. Rigorosamente, é a taxa mais elevada do mês de outubro desde 2015, quando os dados passaram a ser sistematizados na plataforma TerraBrasilis. Até então, outubro de 2020 havia sido o de maior registro, quando o desmatamento subiu para o patamar de 835,7km².
Estado responde agora por
58% do desmatamento
O desmatamento foi liderado pelo Pará (500,59km²), seguido pelo Amazonas (116,27km²), Mato Grosso (105,01km²), Rondônia (100,16km²) e Acre (39,58km²). Em outubro, o Pará foi responsável por 58% do desmatamento na Amazônia Legal, de acordo com o Deter, mas não são esses números que a propaganda do governo mostra; muito pelo contrário, provavelmente julgando que, “em terra de cegos, quem tem um olho é rei”.
Números apontam para
devastação sem controle
A divulgação dos dados do Deter, que mede a destruição das florestas em tempo quase real, já pode ser considerada como um prenúncio do quadro de devastação da Amazônia Legal neste ano, que deverá ser apontado pelo Prodes-Inpe. De acordo com os dados do Deter, foram registrados quase 9.000 km² de área desmatada na Amazônia entre agosto de 2020 a julho de 2021. Historicamente, os números do Deter são sempre menores que a taxa anual calculada pelo Prodes.