A indigesta adesão do operador do governo Helder Barbalho Josenir Nascimento ao PT, diz que para compor a chapa com Beto (da Fetagri) Faro, deixou sequelas ainda não cicatrizadas. Em troca da desistência da suplência de Beto, que estava acordada e decidida pela direção estadual do partido, o ex-deputado Zé Geraldo, a cujo grupo pertencem os deputados Airton Faleiro e Dirceu Ten Caten exigiu estrutura para suas campanhas proporcionais. Beto afiançou que bancaria, mas, passados dois meses, não choveu na horta de Geraldo. Nem uma gota sequer.  Beto desconversa. Alega que não cumpriu a promessa porque Helder Barbalho ainda não cumpriu com ele. Zé Geraldo, Dirceu Ten Caten e Airton Faleiro, por sua vez, cansaram de conversa fiada. Acham que Beto está ganhando tempo e vai deixá-los pendurados no pincel.

Quem quer bem feito, faz

Diante disso, armam  o contragolpe: articulam com Paulo Rocha o lançamento de candidatura própria do PT ao governo do Estado. Bem entendido, sem o grupo de Zé Geraldo, a maioria do PT se inverte. O líder petista da Transamazônica associado ao senador petista em exercício formam uma nova maioria. Essa solução interessa ao Psol que assim, não teria nome próprio ao governo, mas apoiaria formalmente o candidato petista.

A anatomia da estratégia

A amarração final dessa trama que mudaria o cenário estadual é Paulo Rocha se licenciar e entregar o final de mandato para ser exercido por Waldir Ganzer, ex-deputado e ex-vice-prefeito de Belém que se recolheu em autoexílio em seu sítio na Alça Viária e é o primeiro suplente de Rocha. Dessa forma, o atual senador teria liberdade para correr o Estado em campanha, obrigando Lula a ter duplo palanque no Pará.

O PT está em chamas, mas, o queimado pelas labaredas é Helder Barbalho, que ouve trovejar em céu que parece de brigadeiro, mas não é. A tempestade virá.