O prefeito Edmilson Rodrigues e dois dos seus principais auxiliares – Luiz Araújo e Aldenor Júnior, integrantes da Tendência Socialista – manobram para alijar a pré-canditada do Psol Silvia Letícia e atender os interesses do governador Helder Barbalho de não ter concorrente nas eleições de outubro/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Em decisão tomada na noite da última terça-feira 24, e ainda sem prazo de validade definido, a Executiva estadual do Psol suspendeu a Conferência Eleitoral para escolha de representante do partido na disputa ao governo do Estado, pegando filiados e dirigentes de surpresa. A conferência estava prevista oficialmente para acontecer neste sábado. O que se diz é que três motivos – ou seriam teses? – teriam levado a Primavera Socialista, agrupamento que qual faz parte o prefeito Edmilson Rodrigues, a decidir pela suspensão da conferência.

Três tristes teses

O primeiro seria a falta de unidade dentro de sua própria corrente, que está dividida entre apresentar um candidato não competitivo ao governo – ou “candidato laranja”-, e sequer apresentar candidato, como deseja o governador Helder Barbalho. Essa última posição teria o apoio do prefeito Edmilson Rodrigues, conforme a coluna antecipou em edições anteriores, e dos irmãos Luiz Araújo e Aldenor Júnior.

O segundo motivo seria o receio de haver um processo de judicialização pelo pedido oficial de prévias, feito pela sindicalista Sílvia Letícia, coordenadora Geral do Sintepp Belém e pré-candidata ao governo. Especula-se que a Luta Socialista – Tendência Interna, da qual faz parte Sílvia Letícia, estuda ajuizar ação para obrigar a direção majoritária do Psol – Primavera Socialista – a cumprir a resolução congressual.

Por fim, o terceiro motivo seria a impossibilidade, ao menos no momento, de se construir acordo para garantir o apoio do partido à candidatura do deputado Beto Faro (PT) ao Senado. 

“Puxadinho do barbalhismo”

Caso se concretize a engenharia política do prefeito Edmilson Rodrigues, que já trabalha nos bastidores para a reeleição, seria a primeira vez que o Psol não apresentaria candidatos ao governo e ao Senado, cristalizando-se como “puxadinho do barbalhismo” no Pará. Para concretizar essa situação, porém, Edmilson terá que fazer uma profunda mudança no Psol: domesticar as tendências e fazer calar a ferro e fogo expressões públicas da radicalidade originária e fundacional do partido.

Para quem conhece a natureza do Psol, a missão é praticamente impossível.