O Centro Comercial de Belém é um caos conveniente, todo mundo está careca de saber, a ponto de nenhuma administração, desde o governo Xerfan, que criou o chamado Belo Centro, conseguir impor ordenamento na área, cada vez mais tomada por saqueadores de espaços públicos e privados. Não é exagero dizer que a incompetência das administrações municipais se sobrepõe ao direito do consumidor de dispor de um espaço digno para usufruir. Entra carnaval, passam todas as datas que a folhinha marca, até o outro carnaval e o descaso é o mesmo, exceto pelo fato de que, ano após anos, lojas são fechadas, ambulantes se instalam ocupando prédios como, por exemplo, o que abrigou o extinto jornal “A Província do Pará”, cujo térreo é virou loja de vestuário barato.
Estação é homenagem a avô
Agora, 24 anos depois, o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues, sai do seu confortável gabinete de trabalho e fala em retomar o projeto do bondinho que, na sua administração anterior, capengava no centro comercial da cidade a pretexto de fomentar o turismo e resgatar a história da capital paraense. Tenha santa paciência! Essa ideia de jerico, com todo o respeito, deve ser coisa da memória afetiva do prefeito – a estação do bondinho àquela época recebeu o nome do avô do alcaide, Gumercindo Rodrigues, que trabalhou como motorneirto no sistema de bondes original. Parece coisa de “dono” da cidade. E é..
Hora de botar os pés no chão
Para não ser injusto e, com base em informações a assessoria da Prefeitura de Belém, Edmilson visitou prédios históricos do bairro da Cidade Velha administrados pelo município. Um dos pontos visitados foi justamente a estação que ele inaugurou para o tal bondinho, à rua 13 de Maio. Ele e comitiva se depararam com um espaço e doeu…Daí que começou a fazer ilações sobre “diversas possibilidades” para que o veículo histórico voltar aos trilhos”. Só para lembrar: o BRT, que custou uma fortuna desde que foi ativados, não opera como como a população precisa; o transporte coletivo, no conjunto, é inegavelmente precário; o trânsito de veículos, caótico e sem fiscalização adequada; a cidade é suja, mal conservada e descuidada e- para encerrar – em Outeiro, uma população de mais de 80 mil pessoas dorme e acorda sofrendo com transporte precário. Bondinho, prefeito, de novo?