Prefeitura de Belém atribui a delegados
função dos vereadores e Câmara se cala

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Sexta-feira, 6 de agosto de 2021

O Orçamento Participativo que marcou as duas primeiras gestões do prefeito Edmilson Rodrigues em Belém e agora virou o Programa Tá Selado mudou de nome e de estratégia, sim, ao contrário do que se poderia pensar. Noves fora o que está posto e é de pleno conhecimento público, há um fator novo atravessado entre o Executivo e a população de Belém com suas demandas: os delegados, agentes responsáveis pela “ponte” entre as duas partes e sobre os quais pesa a acusação de serem “militantes” do Psol, o partido do prefeito. Pelo que se diz, até a Câmara de Belém “passa batida nessa relação perigosa”.

Poder paralelo

Leitor da coluna que levou suas demandas à Prefeitura de Belém percebeu que há um rígido mecanismo de controle de acesso às secretarias do município, onde a única resposta possível – quase robótica, segundo ele -, manda o interessado se dirigir ao “delegado local”.  A esses agentes cabe averiguar os relatos, encaminhando os mais urgentes ao Congresso das Cidades para votação. Assim, suas excelências os vereadores saem de cena – perdem parte de suas funções, embora eleitos em votação direta, dando lugar a novos representantes do povo, delegados que poucos sabem quem são e sequer de onde saíram.

Peneira afiada

Com a importância cada vez maior do Agro, há uma guerra tão surda quanto sinistra nos bastidores da indicação do novo superintendente federal da Agricultura no Pará. O que se diz é que, se por um lado o governador Hélder Barbalho tenta emplacar no cargo – por via transversa – um “peixe”, pelas mãos e prestígio de um parlamentar que atua nos dois lados do ringue, a opção oferecida pelo delegado Eder Mauro, seu filho, foi refutada de pronto. Por essas e outras a peneira do Planalto está ligadíssima na trama tupiniquim.

Estatuto de gaveta

Está em pleno curso movimentação nas federações patronais da terrinha – Federação do Comércio, Federação das Indústrias e Federação da Agricultura – na tentativa de alterar os respectivos estatutos para permitir mais reeleições dos atuais presidentes, prática que tem se repetido com muito sucesso nos últimos anos. Observadores da cena, porém, avaliam que, no momento em que a Nação grita por renovação e contra o continuísmo, bem que os líderes empresariais poderiam deixar o rio seguir seu curso normal.

Barriga de fome

Parece que a administração municipal, sob os auspícios da Codem, relevou a terceiro plano o título e a condição de Belém de Cidade Criativa da Gastronomia da Unesco. Esse destaque obtido pela cidade não é um fim em si mesmo – bem administrado trás turistas, gera emprego, renda e projeta a capital paraense, como um porém: como o título não é permanente, pode ser perdido se não for bem administrado. Todo o cuidado é pouco.

Prazo perdido

Virou fumaça – no final do ano passado – o prazo para o governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento Econômico iniciar as obras de implantação da Zona de Processamento de Exportações de Barcarena. Os rumores são de que nada foi feito e o empreendimento foi perdido. Convenhamos: no Pará, zona de processamento de exportações e polo industrial são conversa para boi dormir. Muito blablablá e pouca ação.

Poste, aliás, o posto

Logo, logo deve ser inaugurado o posto de combustível construído à avenida Júlio Cezar, às proximidades da Almirante Barroso. Só para lembrar: o estabelecimento fica exatamente dentro do terreno do Aeroporto Protásio Lopes, que também – ainda – abriga o Aeroclube do Pará e que, como todo mundo está careca de saber, foi cedido ao governo do Estado para a construção do Parque da Cidade, ideia do engenheiro Nelson Chaves que virou projeto bem diferente do que gostaria o engenheiro e o povo que acompanha o Círio.

Novo grupo militar

A Marinha do Brasil ativou, na última quarta, o Grupo de Embarcações de Operações Ribeirinhas do Norte, nova organização militar que prevê, a partir de Belém, contribuir para a aplicação do poder naval na área de jurisdição do Comando do 4° Distrito Naval. O Grupo terá entre suas principais tarefas o preparo e o emprego de embarcações em operações ribeirinhas, patrulha e inspeção Naval, com uso de lanchas de ação rápida, além de tropas de fuzileiros navais e navios subordinados ao Comando Naval do Norte.

  • Tudo leva a crer que o novo ponto de atracação política do ex-governador Simão Jatene será o Cidadania. Mas, bem ao seu estilo, Jatene vai esperar os 45 minutos do segundo tempo, levando com ele alguns nomes ilustres.
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  •  A condenação do ex-prefeito  Duciomar Costa (foto) para  pagar R$ 4 milhões por improbidade administrativa demonstra que a Justiça não chegou até sua equipe de secretários, diretores e assessores, que enriqueceram e continuam impunes.
  • E o Ricardo Gluck Paul, hein? O bom moço, que presidiu o Paysandu e hoje comanda a Assembleia Geral do clube foi condenado por desvio de dinheiro público: R$ 2,5 milhões.
  • Falando nisso: Gluck Paul segue candidato à presidência da Federação Paraense de Futebol?
  •  Associados da Assembleia Paraense continuam sem saber o porquê de as autoridades não autorizarem o uso das saunas nos clubes sociais, fechadas por conta da pandemia.
  • O decreto que proibiu o funcionamento foi assinado pelo prefeito Zenaldo Coutinho, enquanto o novo, prefeito Edmilson Rodrigues, parece não estar nem aí para o problema.
  • Todo esse falatório sobre recibo eleitoral de votação deveria envolver a  reforma da própria composição da Justiça Eleitoral.
  • Não dá para entender, por exemplo, por mais esforço que se faça o fato de que no TRE há mais vagas de advogados do que de magistrados federais.
  • Bateu na Polícia Federal denúncia de uso da máquina pública por políticos paraenses na compra de votos. No documento, o que mais se lê é o nome da Emater.
  • A Polícia Federal foi procurada porque a distribuição de cestas básicas fartamente mostradas nas redes sociais está ligada a dinheiro proveniente do Pronaf.
  •  Pelo visto, a Prefeitura de Belém está disposta a abrir guerra contra a Incorporadora Roma, detentora, desde o ano passado, da concessão do Complexo de São Braz para reforma e modernização.
  • A prefeitura alega que a Incorporadora se fechou em copas desde o início deste ano e por isso abriu negociações com os permissionários para reformar o espaço.