Partido sorteou número que caberia a cada candidato na presença de Zequinha Marinho e Mário Couto, mas Joaquim Passarinho apenas soube do resultado, pois estava em outro compromisso. Rendeu…/Fotos: Divulgação.

Parece definitivo: não há casamento sem interesse na área política. Recentemente, o PR, partido que reúne o candidato ao governo do Estado, Zequinha Marinho, o candidato ao Senado e ex-senador Mário Couto, e os deputados federais Joaquim Passarinho e Eder Mauro, que disputam a reeleição, entre outros tão, mais, ou menos votados se viu em uma encruzilhada para definir números para a definição dos registros de candidatura junto à Justiça Eleitoral. Joaquim Passarinho e Eder Mauro pleiteavam o número 2222 – aquele do ‘expresso’ cantado em verso e prosa na música do festejado e bom baiano Gilberto Gil.

Como não houve consenso – situação normal em disputas por lugar ao sol -, a direção do partido optou por resolver a questão não na famosa ‘porrinha’, na qual os contendores trocam olhares flamejantes, face to face, como nas lutas de MMA, mas no sorteio, como nos conventos religiosos. O presidente do partido, senador Zequinha Marinho, foi convocado para acompanhar a contenda democrática, na residência do candidato Mário Couto, como os candidatos a embarcar no Expresso 2222, Joaquim Passarinho e Eder Mauro. Mas houve atropelos.   

Agenda rigorosa

Ocorre que, com audiência previamente marcada com uma autoridade militar, Joaquim Passarinho avisou a direção do partido que cumpriria a agenda com um coronel do Exército, advertindo, severamente, que “militares são muito rigorosos com horários” e também gosta de cumprir seus compromissos conforme a agenda. Iria à audiência e, depois, à reunião do partido. Queria disputar o número 2222. Saiu do encontro, entrou no carro e indicou o endereço ao motorista: a residência de Mário Couto. A meio do caminho, porém, recebeu uma ligação do ex-senador.

Diálogo indigesto

– Ôi, Joaquim, acabou a reunião? – indagou Mário Couto do outro lado da linha.

– Sim – avisou Joaquim -, acrescentando: Já estou chegando…

A sequência da conversa estremeceu o aparente céu de brigadeiro:

Mário Couto: Não, Joaquim, não precisa mais. 

Joaquim Passarinho: O que, como assim!?…

Mário Couto:  Joaquim, por duas vezes nós tiramos do copo o número sorteado e, nas duas vezes, caiu para Eder Mauro…

Kkk…

Foi um quiproquó, um ‘para pra acertar’ político sem precedente na história da legenda. “Chama o presidente do partido!” “Me respeita pra cá”, respeita você daí”, “Isso não é coisa séria”, enfim.

Passarinho foi literalmente abatido em pleno voo.

A quem interessar possa

A coluna conta histórias; ‘eles’ são os personagens. Para não atrapalhar candidaturas como a de Joaquim Passarinho e de Eder Mauro – muito pelo contrário -, cabe-nos informar ao distinto eleitor o seguinte: Eder Mauro será o número 2222 nas urnas e Joaquim Passarinho, o número 2200 – lembrando que zero a direita também é número, ora bolas.