A prisão de dois paraenses pela Polícia portuguesa acusados de tráfico internacional de drogas trouxe à tona a grave situação que vem ocorrendo no Porto de Vila do Conde, em Barcarena. A carga de cocaína escondida em sacos de açaí congelado foi embarcada no porto paraense, embaixo do nariz da Polícia Militar, da autoridade portuária e dos fiscais da Receita Estadual, o que empurra a Segurança Pública do Pará para uma situação vergonhosa, vexatória e inexplicável. O “corredor do tráfico” em que se transformou o Porto de Vila Conde é tão escancarado que caminhões trafegam cerca de 800 quilômetros, do sul do Estado a Barcarena, com toneladas de minério extraído ilegalmente na região e ninguém vê. Isso é segurança pública?
Situado na Ponta Grossa, à margem direita do rio Pará, a uma distância fluvial de 55 quilômetros de Belém e a 3,3 quilômetros da jusante da Vila Murucupi, o Porto de Vila do Conde, administrado pela Companhia Docas do Pará, integra o Complexo Portuário Industrial de Vila do Conde. Barcarena é um polo de industrialização, beneficiamento e exportação de caulim, alumina, alumínio e cabos para transmissão de energia elétrica.
A economia tem base tradicional na agricultura, mas também avança com o turismo e com as indústrias instaladas na rgião. Em razão do Porto de Vila do Conde, Barcarena passou a ser importante entreposto também para produtos ilícitos com destino ao exterior, mas, ao que parece, sem a devida atenção da segurança pública do Estado no sentido de evitar que esses produtos cheguem ao porto.
Descaminho segue em alta
São várias as apreensões de drogas e de minérios no Porto de Vila do Conde, divulgadas pela Polícia Federal, Receita Federal e Polícia Rodoviária Federal, com destino à Europa, no caso das drogas, e o minério, principalmente o manganês, para a China, segundo investigações da Polícia Federal. Nos dias 24 de abril e 15 de maio deste ano a Polícia Rodoviária Federal apreendeu 100 toneladas e 800 toneladas, respectivamente de minério no Pará marga avaliada em R$ 1 milhão. Com isso, as apreensões de manganês, pedras preciosas e metais feitas pela PRF neste ano somavam, até aquela data, 1.362,7 toneladas, superando o ano passado, com 919,73 toneladas.
Contudo, como reza a propaganda oficial do governo, essa parte podre fica no Pará de Bolsonaro; no Pará de Helder Barbalho está tudo certo.