Eleito prefeito do município graças a uma estratégia equivocada na política paroquial, Lucídio Paes se ‘entregou a Helder’, mas, em recente pronunciamento, fez o agronegócio ‘murchar’ ao pedir votos para Lula/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Parte dos prefeitos paraenses obrigada a aderir à campanha do ex-presidente Lula por ‘livre e espontânea’ pressão do governador Helder Barbalho está, como se diz, ‘comendo o pão que o diabo amassou’ em suas respectivas cidades, alguns até mesmo temendo botar a cara na janela por conta de possíveis represálias da população que não reza pela mesma cartilha vendida pelo governador. É uma baita tragicomédia.

Preferencia eleitoral

As situações mais vexatórias ocorrem na região de Paragominas, Marabá e São Félix do Xingu; na Rodovia Transamazônica e parte da Santarém-Cuiabá, áreas reconhecidas como redutos bolsonaristas. Não por acaso, são regiões onde agronegócio, garimpos e madeireiras tiveram mais ‘liberdade para trabalhar’,  como dizem, têm mais afinidades com o atual presidente e alimentam verdadeira ojeriza ao MST e ao sindicalismo  rural – que o diga o senador eleito Beto da Fetagri Faro, que não teve vida fácil nas urnas por lá, onde o eleitor vira a cara até para o governador.

Façam o que eu digo…

Ocorre que, por obediência a sua excelência o governador eleito do Pará, muitos prefeitos, temendo pelo próprio futuro político – mais do que pelas retaliações que advirão ou por qualquer zelo com os próprios eleitores – foram obrigados a gravar mensagens de apoio, com divulgação nas redes sociais de suas cidades, deixando lideranças políticas e a população indignadas pelo tamanho da subserviência.

Reeleição chamuscada

Só para ilustrar, a coluna cita o caso do prefeito de Paragominas, Lucídio Lobato Paes, que conseguiu desagradar profundamente o setor produtivo da região, quase a totalidade do agronegócio e boa parcela da população, a ponto de colocar seu futuro político em risco no município. Menos porque Lula perdeu as eleições no primeiro turno em Paragominas, e mais pelo que disse, Lucídio teve sua reeleição chamuscada pelo fogo da obediência cega.