Na sessão da última terça-feira, o Legislativo estadual reafirmou obediência ao Palácio do Governo ao manifestar apoio à eleição de Lula, exceto pelos deputados Toni Cunha, de oposição, e Martinho Carmona, do próprio MDB, mas, principalmente, evangélico/Fotos: Divulgação.

A pressão do governador Helder Barbalho sobre todos os setores da máquina pública, especialmente da área de Segurança, prefeitos, deputados eleitos ou derrotados e até segmentos do setor privado teve na Assembleia Legislativa ‘a cereja do bolo’. Sempre muito servil a sua excelência, o Parlamento estadual disse claramente a que serve: a pedido de Helder, ignorou até mesmo dois projetos de lei do Executivo e ‘deitou falação’ em defesa da candidatura Lula. Alguns deputados, inclusive, deixaram claro que o pronunciamento atendia a pedido direto do governador, que não aceita posicionamento contrário ao seu script.

Sobrou também para a ex-ministra Damares Alves, duramente criticada pelos parlamentares em função das denúncias não comprovadas de possíveis abusos sexuais em cidades da região do Marajó. O deputado Carlos Bordalo, inclusive, cogitou, da possibilidade de convocar a ex-ministra e senadora eleita para prestar esclarecimentos ao Legislativo. 

Carmona abre o jogo

Fora da curva só mesmo o discurso do deputado Toni Cunha, do PSC, previsível, e de Martinho Carmona, do MDB, revelador. Carmona atribuiu ‘toda perversidade do mundo’ a uma possível vitória de Lula, demonstrando, com todas as letras, que a igreja comprou, definitivamente, a briga que o governador Helder Barbalho decretou contra os evangélicos ao demitir a filha do pastor Paulo Queiroz da Casa Civil. E avisou que “não se intimidaria contra quem quer que seja quando o assunto fosse a opinião defendida por ele” uma vez que seria essa, na verdade, a opinião de todos que nele votaram.

Quanto aos projetos…

A sessão terminou com todos os projetos em pauta aprovados em redação final, embora sem qualquer discussão sobre conteúdo ou importância, ou efeito prático na vida das pessoas. Restou claro que importante, mesmo, é atender ao comando – debates de interesse do Estado podem aguardar até quando Deus mandar bom tempo.