A pesquisa contratada pela Record TV e publicada com todo o estardalhaço no jornal da família Barbalho nesta semana até que retrata um quadro meio que real da corrida política no Pará, mas os números que saltam aos olhos, com a provável vitória do governador no primeiro turno, podem esconder outra realidade, mais profunda e angustiante.
Segundo a pesquisa, a avaliação do governador aponta 26% de desaprovação e 8% de entrevistados que se abstiveram de dar opinião, o que soma 34%. Para completar, o candidato ao Senado mais bem avaliado é Mário Couto, que deve apoiar a reeleição de Bolsonaro e Zequinha Marinho ao governo do Estado e vice-versa, o que deverá ser intensificado na campanha, uma vez que todos estão no mesmo partido, o PL, e tendem a fazer campanha juntos e misturados.
O jogo ainda nem começou
Como se sabe, o rolo compressor da campanha do presidente Jair Bolsonaro ainda não entrou em pleno movimento, e isso atesta o número expressivo de votos brancos e nulos e de eleitores que dizem ainda não saber em quem votar que, somados, batem 34%. Só para lembrar: as últimas análises políticas feitas por especialistas indicam crescimento do presidente para a sua reeleição, o que tende a aumentar e se consolidar até as eleições. Além do que, é público e notório que o presidente Bolsonaro é desafeto do governador Helder Barbalho e, na campanha, o indicativo é de que esse confronto seja ainda mais ferrenho. Assim, os eleitores do presidente tendem a não votar no governador.
Tal e qual Bolsonaro
Não à toa, Helder foi visto nos últimos dias todo faceiro vestido com a camisa nas cores do Brasil, traje hoje bem característico de seu opositor. Sinal claro de que o governador, embora seja declaradamente apoiador de Lula, até pelos movimentos junto ao PT, queira passar também a impressão de simpatia, quase amor com o Bolsonaro.
Afinal, como todos estão carecas de saber, para o governador, o que vale mesmo é o voto, seja lá de que forma for e de que maneira venha. Nem que para isso ele precise se vestir de verde e amarelo, à lá Bolsonaro.
Nem tudo é o que parece ser
Então, mesmo que nessa pesquisa, tão festejada pelo pessoal da Torre, o governador apareça nadando de braçadas e em céu de brigadeiro, nunca é demais lembrar que o jogo só está começando e ainda tem muita água pra passar por debaixo dessa ponte. E em eleição, o que não faltam são exemplos de campanhas eleitorais que, no início, apareciam com um quadro tão tranquilo e favorável que, no final, a surpresa chega como sendo um desastre, quando não uma catástrofe.
Ato falho: DOE publica
atos com assinatura de ex-secretária
A publicação de atos do governo no Diário Oficial do Estado nos últimos dias assinados pela ex-secretária de Planejamento e Administração Hanna Ghassan causou um burburinho danado nos meios políticos. Hanna foi exonerada do cargo dentro do prazo de desincompatibilização ditado pela Lei Eleitoral para supostamente concorrer a cargo eletivo e é dada como candidata à vice-governadoria de Helder Barbalho na campanha pela reeleição.
A publicação foi ato falho, segundo a Secretaria de Comunicação do governo. Antes da publicação de uma errata – está no DOE de hoje -, os documentos publicados comprometiam e tornavam a ex-secretária inelegível. O fato é interessante porque, bem sabe sua excelência o governador do Estado, tem muita gente de olho na vaga, mas Hanna, dizem, é a preferida – em gênero, números e grau. Os bons entendedores entenderão.
Já vai tarde, senador
O pessoal da Famep não comenta, mas torce para que o secretário-executivo da entidade, Josenir Nascimento, seja logo confirmado como suplente ao Senado no chapa encabeçada pelo deputado federal deputado Beto Faro, estratégia com a qual o governador Helder Barbalho sepultou a o sonho de consumo do ex-deputado Zé Geraldo.
Josenir nunca teve mandato eletivo, nem mesmo de vereador, mas é homem de confiança da família Barbalho, operando nos bastidores. Ocupando um cargo ali, outro acolá, inclusive um DAS na Casa Civil, dizem que Josenir conseguiu amealhar um dinheirinho que lhe permitiu adquirir, não faz tempo, um belo apartamento em São Paulo avaliado em cerca de R$ 1 milhão, pagos à vista.