Quem acompanha a agenda frenética do governador Helder Barbalho pelo interior do Estado sabe que o que não falta nelas é a entrega de cheques a moradores beneficiados pelo Programa Sua Casa. E não são poucos. Esse programa é o equivalente ao Cheque Moradia implantado no governo Simão Jatene. A diferença é que o ex-governador está inelegível justamente pela distribuição desses cheques em ano eleitoral, considerado pela Justiça Eleitoral como vantagem para a vitória dele sobre Helder Barbalho em 2014. 

E agora, qual será a leitura do TRE sobre isso uma vez que, pelo calendário, o ano eleitoral já começou – e a lei continua a mesma?

Esculpido e encarnado

Observador atento e de boa memória faz uma rápida análise sobre a gestão do governador Helder Barbalho depois de três anos e meio de mandato e conclui que os programas de maior sucesso do atual governo não passam de cópias de programas do governo anterior, que ele tanto criticava: Cheque Moradia virou Sua Casa e Asfalto na Cidade agora é Asfalto por todo o Pará. Na educação, as reformas ou reconstrução de escolas foram iniciadas em 2018; na Saúde, os hospitais regionais de Itaituba e Capanema, além do Abelardo Santos, já estavam prontos para funcionar. 

Muita coisa por fazer

No mais, muita coisa não aconteceu até agora: o BRT Metropolitano, cujo contrato foi assinado e a obra iniciada com dinheiro em caixa continua agonizando, gerando transtornos diários há mais de três anos para quem entra ou sai de Belém. As obras iniciadas no atual governo, por alguma razão que ninguém explica, parecem ter “cabeça de burro” enterrada e não saem do lugar. Basta uma olhada no Hospital da Mulher, à Gentil com 14 de Abril, ou mesmo no Pronto Socorro do Bengui, que não sai da primeira laje.

Para completar o raciocínio pessimista do observador político sobre o atual governo: um aliado jogou na mesa que a Usina da Paz seria “a marca” do Helder Barbalho, no que foi retrucado de imediato: “Epa!, é obra da Vale…”

Fim de papo.

Político feliz, povo infeliz

Em todas as rodas políticas a conversa é uma só: o governador Helder Barbalho é o franco favorito para a reeleição porque soube compor e atender politicamente, diferente de outros de passado recente. Ressalta-se sempre que o governador atende toda a classe política: deputados com mandatos, além dos que já estão em campanha na expectativa de assumir um cargo. Dessa forma o barco acomoda, cada vez mais, os que já vêm de longas jornadas e que pularam para o barco governista recentemente. Resumo da ópera: se a classe política está satisfeita e feliz, o povo está lascado e muito infeliz.

• Perguntar não ofende, ou, pelo menos, não deveria ofender: o Ministério Público Eleitoral existe no Pará?
• O lançamento de pré-candidaturas na Grande Belém, com centenas de pessoas transportadas por veículos alugados beira o absurdo e a Justiça Eleitoral não vê.
• Em outras circunstâncias, isso seria considerado abuso do poder econômico – a menos que essa classificação se preste a outras práticas.
• O mesmo vale para o evento promovido pelo do PT em uma secretaria do governo, com o candidato ao Senado, Beto Faro, a mulher dele, Dilvanda Faro e a vereadora Bia Caminha entregando 1 mil certificados de cursos ministrados pelo Estado, pagos com dinheiro público.
• O médico paraense Francileno Teixeira se submeteu ao bisturi robótico do cirurgião Fábio Leme Ortega (foto), no Hospital Sírio Libanês e recupera-se bem.
• Nem poderia ser diferente: Fábio Ortega é considerado hoje o melhor cirurgião urologista em robótica do País. Francileno deixa Curitiba amanhã e parte rumo a Punta del Leste, no Chile. 
• Pintado recentemente, o muro do Cemitério da Soledade já está totalmente pichado, antecipando o que virá a acontecer com os monumentos tumulares após o término das obras de restauração.
• Ministério da Economia anuncia o contingenciamento de R$ 8,7 bilhões do Orçamento e a redução da previsão do déficit primário de R$ 66,9 bilhões para R$ 65,5 bilhões, graças ao ganho na arrecadação de R$ 49,1 bilhões.
• O satélite da Starlink, anunciando pelo bilionário sul-africano Elon Musk ao presidente Bolsonaro, vai contribuir com a preservação da floresta amazônica, através do monitorando dos desmatamentos.
• Responsável por puxar o saldo positivo da balança comercial, o Agronegócio registrou superávit de US$ 43,7 bilhões até abril.