Dança das cadeiras na gestão municipal envolve interesses do senador Paulo Rocha e da ex-governadora Ana Júlia, com supressão da influência do senador eleito Beto da Fetagri Faro na polpuda carteira da Secretaria de Saneamento/Fotos: Divulgação.

Por Olavo Dutra

Sem candidato federal para chamar de seu, Psol no Pará se vê obrigado a ceder espaços na administração de Belém para senador em fim de mandato Paulo Rocha, ex-governadora Ana Júlia e o próprio MDB do governador Helder Barbalho, enquanto prefeito Edmilson Rodrigues costura retorno ao PT para não perder bonde da história.

Ante a possibilidade cada vez mais tangível de o senador em final de mandato Paulo Rocha se declarar pré-candidato à Prefeitura de Belém pelo partido do presidente Lula da Silva, começa a nervosa dança das cadeiras na gestão Ed 50. O que se dá como definida é a saída da titular da Secretaria de Saneamento, Ivanise Gasparin, braço forte do senador eleito Beto da Fetagri Faro, que deverá ser substituída por pessoa ligada ao Sindicato dos Urbanitários, comandado pelo grupo de Paulo Rocha. 

Também haverá mudança no Ipamb, o instituto de previdência do município, e no Iasb, que cuida da saúde dos servidores, onde gente de confiança da ex-governadora Ana Júlia assumiria. Resumo da ópera: ou o prefeito Edmilson Rodrigues se entrega logo de corpo e alma ao MDB da família Barbalho, ou vai acabar ficando de calça curta antes do tempo.

Bobeatus sunt…

Tudo isso ocorre porque o Psol, partido do prefeito Edmilson Rodrigues, não logrou êxito na disputa eleitoral de outubro. A deputada Vivi Reis, federal, e Marinor Brito, estadual, juntas, sequer chegaram beliscar vaga na Câmara dos Deputados, sem falar que Marinor dará adeus à Assembleia Legislativa. Já o PT, que agora dirige o País, tem dois deputados federais, provavelmente irá assumir o controle da Sudam e do Basa e segue cobrando alto pelo apoio à eleição do prefeito de Belém.

A ganância do MDB

O mesmo ocorre com o MDB, que quer administrar a Secretaria de Saúde do município, a Funbosque e a Secretaria de Educação. Fonte ligada ao partido do governador Helder Barbalho garante que, com a bancada federal eleita, a promessa é de que ‘encaminhará muito em emendas parlamentares’ à Prefeitura de Belém, mas não se sente ‘convenientemente representada’ na gestão Ed 50.

Como se sabe, não existe almoço grátis, nem aqui, nem na Cochinchina.

Furacão anunciado

O que se diz é que as exigências do PT e do MDB são meros pretextos para a ruptura com a gestão Ed 50, jogando o próprio prefeito ao isolamento político e preparando alternativa para a sucessão municipal. Talvez seja para evitar esse isolamento que fatalmente lhe complicaria a reeleição que o grupo de Ed 50 vem negociando a saída do Psol e o retorno ao PT, de onde, aliás, nunca saiu de fato e se acomodou como ‘puxadinho’.

Papo Reto

Divulgação
  • A deputada Nilse Pinheiro (foto) não se reelegeu à Assembleia Legislativa, mas deve ser muito bem acomodada pelo governador Helder Barbalho em uma secretaria de Estado. Lá vêm salamaleques…
  • Perguntar não ofende: como estão as ruínas do Estádio Municipal de Ananindeua, iniciado na segunda administração de Helder? Uma retomada das obras agora seria de bom tamanho, mas…
  • A estátua erguida em justa homenagem ao poeta Rui Barata, pertinho do Bar do Parque, na Praça da República, onde Rui se desencantou, precisa de limpeza. ‘Jogaram até tinta azul nela’, diz fonte da coluna.
  • Por que será que será que o presidente Lula só chama o ministro Alexandre Moraes de Alexandre Machado?
  • Novo ano letivo se avizinha e a comunidade escolar da Escola Municipal Cordolina Fonteles segue sem ver terminada a sua reforma, iniciado em junho do ano passado.
  • Depois de novo fiasco da Seleção Brasileira, dessa vez na Copa do Mundo no Catar, restam os campeonatos das séries A, B e C, com Clube do Remo e Paysandu buscando ascender à Série B, contando com o novo estádio do Mangueirão, capaz de atrair públicos maiores.
  • Dizem que os dois clubes contrataram bons jogadores, que terão de mostrar força e garra na competição estadual e mais ainda no brasileiro, disputa acirrada para ver quem sobe.   
  • Fieis evangélicos residentes no bairro São João, em Ananindeua, escrevem à coluna pedindo providências contra um barulhento programa de asfalto financiado pelo governo Helder Barbalho em que a chamada ‘rainha do asfalto’ não ata, nem desata.
  • Como diz a lenda, e com perdão dos evangélicos, de boas intenções o inferno está cheio – de vaidade e mentiras também.
  • O Tesouro Nacional honra R$ 1,08 bilhão de dívidas de Estados e municípios, sendo que os maiores valores pagos foram para o Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás e Rio Grande do Sul.
  • Desde 2016, a União pagou R$ 51,69 bilhões para honrar garantias em operações de crédito.
  • Em 2022, a cesta básica subiu nas 17 capitais pesquisadas pelo Dieese. Goiânia teve a cesta básica mais cara e Recife, a mais barata.
  • Considerando-se apenas o mês de dezembro de 2022, o valor da cesta subiu em 14 das 17 capitais pesquisadas.