Pecuaristas paraenses comemoram o número de 26,7 milhões de cabeças de gado, tornando-se o segundo maior rebanho do País, sem a pecha de estarem destruindo florestas para engordar animais. Graças a novas tecnologias, o Estado saltou de um animal por hectare para até dez com a adubação do capim, sistema rotatório de pastagens, alimento suplementar, principalmente farelo de soja, vacinação completa e desenvolvimento de animais com melhoria genética.
Um boi pronto para abate passou de 40 para 18 meses, produzindo um carne bastante saborosa, mais tenra, e com menor teor de gordura. O mesmo vem acontecendo com a criação de bubalinos, onde os produtores marajoaras, com mais de 700 mil animais, investem em novas gramíneas, inseminação artificial e a melhoria das espécies, como o murrah, jafarabad, mediterrãneo e carabao.
A produção de laticínios também cresceu e os supermercados estão repletos de queijo, leite e doces produzidos no Pará. O queijo do Marajó tem feito sucesso nacional e ganhou selo de origem.
O plantio de soja, por sua vez, já atingiu 3 milhões de toneladas na última safra, muito distante dos mais de 35 milhões colhidas no Mato Grosso, mas com grandes perspectivas de crescimento acelerado graças às condições climáticas, oferta de terras, que atrai produtores do sul e sudeste e a proximidade com os mercados europeu e asiático.
O engenheiro agrônomo Carlos Augusto Nunes Gouvêa, o Tonga, produtor de gado bubalino em Soure, com Ítalo Albério, Jesus Rodrigues e Natalino Correa, da Associação dos Agrônomos/Foto: Divulgação.
Produtor rural do Marajó,
‘Tonga’ recebe o título
de Agrônomo do Ano
O produtor rural de Soure, engenheiro agrônomo formado nos anos 1960, Carlos Augusto Nunes Gouvêa, o Tonga, foi escolhido Engenheiro Agrônomo do Ano pela Associação dos Agrônomos.
Geralmente, o prêmio é ofertado a professores, pesquisadores e políticos em públicos no setor agrícola, dificilmente a um produtor rural do interior. Tonga é proprietário da Fazenda Mironga, uma área de campos, mangue e floresta que ele cuida como santuário.
Criador de bubalinos em segunda geração, Tonga prepara terreno para deixar o trabalho pesado para o filho, Guto, e a filha, Gabriela, que cuidam também da produção de queijo de búfala e doce de leite, além de trabalharem com turismo receptivo e gastronomia.