Sespa não sabe (ou não quer dizer)
qual o destino final dos respiradores

Terça-feira, 20 de abril de 2021

Quase um mês depois de descobrir 19 respiradores atrás de uma parede falsa em área do auditório do Hospital Regional Abelardo Santos, em Icoaraci (foto acima), a comissão de investigação supostamente criada pela Secretaria de Saúde do Pará não consegue sequer explicar o destino final dos equipamentos – mas sabe. A OS Instituto de Saúde Social e Ambiental da Amazônia, que sucedeu a OS Santa Casa Pacaembu na gestão da unidade hospitalar e prometeu, àquela altura, levar o caso à Polícia Federal, não passou da palavra à ação, mas, no hospital, dizem que “parte dos respiradores foi para o hospital de Castanhal”.

19 ou mais?

A coluna não consegue contato com “o pessoal do financeiro da Sespa”, equipe que esteve no hospital no início da transição entre as OS, em março. Outro “pessoal”, funcionários do setor de patrimônio do hospital, têm informações conflitantes – e estarrecedoras – acerca dos equipamentos. Segundo esse “pessoal”, parte dos 19 respiradores foi instalada no Abelardo Santos e no hospital de no Castanhal, mas “outra parte” estaria guardada em um depósito da Sespa. Pergunta-se: seriam mesmo apenas 19 respiradores no “escondidinho”?

Em Altamira

A Secretaria de Saúde do Estado, a Sespa, informa que materiais utilizados nas aplicações das doses de vacina contra a Covid-19 são descartados imediatamente após o uso. Tanto seringas quanto agulhas descartáveis são utilizadas uma única vez. E só. Assim, segundo a Secretaria, tem ocorrido com todos os imunizados na Campanha Nacional de Vacinação. A imagem do vídeo (veja, Portal Roma News) não passa de “falta de clareza” da técnica em enfermagem. A moça estava apenas tentando explicar a razão pela qual a injeção “doía” tanto – e que isso se deu porque tinha que usar a mesma agulha para, uma única vez, retirar a vacina do vidro e aplicar. Como a Sespa não mente, mas omite, eis a questão.

Nem tchum

O portal Roma News publicou informação, hoje, segundo a qual, apesar da repercussão nacional, a maioria dos deputados estaduais do Pará, responsáveis por fiscalizar o Executivo, continuam quedos e mudos sobre a descoberta dos 19 respiradores no “escondidinho” do Hospital Abelardo Santos. Perdão: dos 41 parlamentares da Alepa, apenas o deputado Delegado Caveira falou do assunto nas redes sociais, pedindo o afastamento do governador do Estado, Helder Barbalho.

Perguntar não ofende

Quantas vidas teriam sido salvas se não tivéssemos medicação escondida? Quantas vidas teriam sido salvas se não tivéssemos leitos fechados? Quantas vidas teriam sido salvas se não tivéssemos respiradores escondidos – ou com defeito? Quantas vidas teriam sido salvas se tivéssemos um enfrentamento responsável contra a Covid-19? Quantas vidas teriam sido salvas se o dinheiro federal tivesse sido usado em favor da população?

A cor do jegue

Leitor da coluna diz estranhar o comportamento de alguns influenciadores do governo estadual e escreve: “De quem é esse Jegue?” O grande filósofo da música nordestina, Genival Lacerda, perguntava na música sobre a paternidade do tal jegue, cuja cor ninguém perguntou. E aí entra a incompetência dos bajuladores, mais interessados em usufruir DAS distribuídos a rodo e que estão empenhados em desqualificar as informações sobre o “escondidinho” no Hospital Regional Abelardo Santos, em Icoaraci.

Falta combinar

A ideia é esconder a “cor do jegue”, mesmo sabendo que a ordem dos fatores não altera o produto, segundo a regra matemática. Esses influenciadores passam o final de semana inteiro tentando desmentir notícias, enquanto o próprio governo confirma, mas se exime de culpa, pressionado pelas circunstâncias. Tem que matar uma galinha e combinar…

Mutirão virtual

A Coordenação dos Juizados Especiais Federais e o Centro Judiciário de Conciliação divulgaram hoje a pauta das audiências do segundo Mutirão de Audiências Virtuais de Conciliação e de Instrução e Julgamento do Juizado Especial Federal Cível de Belém, marcado para 26 a 30 deste mês, e de 3 a 7 de maio. Serão apreciados 750 processos, todos envolvendo ações de natureza previdenciária que tramitam na 11ª e 12ª Varas.

Boas ações

A campanha “Tem Criança Precisando de Nós”, organizada pela Comissão de Combate ao Trabalho Infantil e Incentivo à Aprendizagem do TRT8, tem feito diferença enorme para as crianças de escola pública sem acesso à internet. Angariando resmas de papel A4, doadas por voluntários e entregues às escolas, garantiram a impressão de atividades escolares entregues aos pais, que, por sua vez, levaram aos filhos, para serem preenchidas em casa.

A caráter

Registros das entregas, feitas com o apoio do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal, além de algumas atividades já feitas, emocionam. Em um deles, a mãe, diarista, auxilia os filhos na execução das tarefas e chama atenção o fato de as crianças estarem de uniforme. “Eu faço isso para que eles se sintam na escola”, disse a mãe.

Leilões antiquários 

Em tempo de crise, é preciso se reinventar. É o que tem acontecido com os antiquários. Devido à pandemia, tradicionais leilões que aconteciam normalmente de forma presencial  foram suspensos. A solução foi aproveitar as novas tecnologias para fazer leilões virtuais, através de grupos de WhatsApp. Virou febre – e relíquias  antigas disponibilizadas por pelo menos dois antiquários de Belém são disputadas por centenas de colecionadores. Assim, mesmo com a crise, esse setor não tem do que se queixar. 

Aliás

A pandemia também trouxe novas formas de atuação para muitas empresas, especialmente as que não precisam necessariamente funcionar de modo presencial. Nesse caso, o futuro chegou agora. Com o trabalho sendo feito de maneira remota, em home office, os resultados acabam acima do esperado. Com menor custo operacional e maior produtividade, essa nova forma de trabalho é um bom e promissor negócios em todos os sentidos: melhor rentabilidade para as empresas e clientes satisfeitos. 

Bom e ruim

Como em todos os negócios, o que é bom para uns pode não ser para outros. No caso de empresas que adotaram trabalho em home-office, a pandemia afetou outros setores. É caso dos aluguéis: os espaços necessários agora para muitos negócios passam a ser bem menores e, assim, a oferta de salas em prédios comerciais tem aumentado. O resultado é que o valor dos aluguéis tem diminuído proporcionalmente em relação à procura. 

Virou bagunça

A Prefeitura de Belém precisa resolver com urgência essa questão de ocupação das calçadas  por camelôs e feirantes no Ver-o-Peso. Depois da reforma, feita ainda na gestão Zenaldo Coutinho, muitos feirantes que têm barracas de frutas e legumes resolveram mantê-las fechadas para ocupar o calçadão do Boulevard Castilho França, ao longo das paradas de ônibus, onde naturalmente movimento é bem maior.

Pior para todos

Só que isso cria um grande transtorno para os  clientes, que ficam sem condições de circular, tantas são as barracas improvisadas. Se não houver uma ação imediata do poder público municipal, aquilo ali vai se transformar em bagunça maior do que já está. E aí todos perdem: feirantes, usuários e, principalmente, os turistas que Visitam a feira. 

  • A Prefeitura de Castanhal sofreu um apagão; só pode. Os cerca de 80 quilômetros que separam a capital do município impedem qualquer contato telefônico.
  • Não é nada, não: a coluna só quer saber quantos dos 19 respiradores achados no “escondidinho” do Abelardo Santos estão equipando o hospital municipal.
  • Para refrescar a memória: quando a Sespa localizou os respiradores, recebeu da OS que assumiu a gestão do hospital a informação de que alguns desses equipamentos foram para o hospital municipal de Castanhal, segundo orientação do governador.
  • A pergunta é: quantos respiradores funcionam no hospital de Castanhal para pacientes de Covid-19. Se precisar combinar a resposta a coluna aguarda. Sem problemas.
  • O promotor de Justiça Militar Armando Brasil é um dos novos assessores do novo PGJ Cézar Matar. Ele foi nomeado em portaria publicada no último dia 12.
Divulgação
  • A nomeação, contudo, não altera a composição da Promotoria Militar, que fica assim: O ex-PGJ Gilberto Martins (foto),  na primeira promotoria, e Armando Brasil na segunda.
  • Cresce o número de garimpos ilegais na região sudeste do Pará. A ordem é invadir a área e tomar posse.
  • A PM estaria dando apoio às ações, cujo comando é do deputado estadual Chamonzinho, aliado do governador Hélder Barbalho. 
  • Os órgãos federais de fiscalização da área estão enfrentando inúmeros problemas para conter esse avanço garimpeiro.
  • O filme “Great Return“, de Isabela Harari, que conta a história de 300 famílias ribeirinhas violentamente retiradas de suas casas para a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, é um dos destaques da programação do Festival de Arte e Cinema Ambiental, que começa nesta quinta.
  • Experiências positivas que têm viabilizado maior acesso a atendimentos online e presencial de saúde mental aos empregados da Mineração Rio do Norte serão compartilhadas no Segundo Encontro de Saúde e Segurança da Associação Brasileira de Alumínio, hoje canal on-line da associação.
  • Gente que conhece do riscado garante: o atacante Nícolas pode até sair do Paysandu, mas há risco de chuvas e trovoadas no templo bicolor. A rescisão custa algo em torno de R$ 5 milhões.
  • Verdade que, na pindaíba em que está, o Paysandu aceitaria até R$ 1 milhão, mas, nesse caso, teria que combinar com a torcida – e aí são outros quinhentos.
  • A Globo News deu sábado que Belém, a capital do Pará, é uma das cinco cidades brasileiras com o pior índice de vacinação. Saudades do Eder Jofre, Ed.
  • Os postos de vacinação de Marituba estão sem imunizantes para a segunda dose da população com idade até 67 anos. Na falta, os velhinhos vão para os bares, ora.