Pelo andar da carruagem, o anunciado secretário de Educação não terá vida fácil no Pará. Rossieli Soares, convidado e anunciado pelo governador Helder Barbalho, vem recebendo pedradas a torto e a direito. O mínimo que resta ao ex-ministro é a infame expressão segundo a qual ‘o que está ruim’ – na Educação no Pará – ‘vai ficar pior’.
O novo secretário foi ministro de Educação no governo Temer e secretário de Educação em São Paulo e em Manaus.
Plano de retrocessos
Rossieli ministro de Temer é apontado como responsável pela defesa e organização da questionada reforma no Ensino Médio. Segundo os trabalhadores da Educação no Pará, em São Paulo, sua gestão aplicou em larga escala do projeto de ensino médio integral, com ‘retrocessos na organização e nos objetivos da formação do aluno e do trabalho dos professores’, porque eliminou disciplinas escolares a partir do segundo ano do Ensino Médio, flexibilizando o currículo escolar e precarizando o trabalho de professores que com aulas de menor carga horária, mas com extensão do tempo de trabalho em outras disciplinas.
Desmonte do magistério
Também a ele se atribui o desmonte da carreira do magistério, obrigando professores com dois vínculos a pedirem demissão e a optarem por disciplinas amplas. A reforma do Ensino Médio implementada por Rossieli teria desorganizado as escolas, que perderam autonomia pedagógica e organizativa e trabalhadores, com a suspensão de faltas abonadas e perda de salários com três dias de faltas.
O que se pode esperar
No Pará, a implantação do novo Ensino Médio ainda não deu certo porque, segundo a categoria, não basta ter disciplinas, é necessário valorizar os profissionais com formação, valorização salarial e condições de trabalho. As próprias escolas de tempo integral precisam oferecer o mínimo para que os alunos fiquem integralmente no espaço -refeitório e alimentação adequados e suficientes, salas de repouso, laboratórios e outros benefícios básicos.
Reação geral e irrestrita
A experiência do novo secretário de Educação mostra o contrário: prioriza o ensino a distância, conteúdos pré-elaborados por empresas e desmonte de currículos, obrigando professores a darem aulas fora de suas disciplinas. O repúdio à indicação do novo secretário está estampado nas redes sociais ‘por todo o Pará’ e envolvem manifestações de professoras e pessoal da área administrativa.
Verniz da modernidade
Não bastasse, ainda pesam sobre o secretário denúncias de desvios de dinheiro público, improbidade administrativa e corrupção. Rossieli acumula processos judiciais no Amazonas suposta ausência de licitação e superfaturamento em compras, elementos que, conforme a categoria, ‘demonstram os objetivos do governado de empobrecer o ensino e investir no ensino à distância com o verniz da modernidade’