Pelas contas do comando da PM, dois anos atrás, durante a assinatura da ordem de serviço, a unidade de saúde estava desativada desde 2010, o que remeteria a uma suspensão de oferta de serviços para 13 anos/Fotos: Divulgação.
Avaliado em R$ 2,7 milhões, em 2021, serviço ganhou adicional de R$ 1,5 milhão para compra de equipamentos, mas empresa contratada estaria atuando em uma frente de trabalho na Alça Viária.
Passados dois anos, festivais de promoções, alegrias, embates, perdas e danos incontáveis as obras de reforma do Hospital da Polícia Militar, à travessa Dom Romualdo de Seixas, trecho entre as ruas Domingos Marreiros e Antônio Barreto, em Belém, seguem como quem vai a caminho da forca. O alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, patrono da corporação, deve estar se revirando no túmulo.
O trabalho de engenharia deveria ser entregue em abril de 2022, mas se arrasta com mais de dois anos de atraso. A reforma tem recursos de R$ 4,2 milhões já garantidos. O valor do contrato é de R$ 2,7 milhões, mas já recebeu adicional de mais R$ 1,5 milhão para aquisição de equipamentos.
A obra teria iniciado em abril de 2021, administrada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas do governo do Estado, sob a execução da empresa Asevedo Silva Serviços de Construção, segundo o indicativo das placas afixadas em frente ao prédio verde, de três andares, resguardado de forma improvisada com folhas de zinco.
Propaganda enganosa
Realmente, em 27 de abril, a Secretaria de Comunicação do governo publicou conteúdo no site da Agência Pará em que dizia que a unidade de saúde estava desativada desde outubro de 2010, e ganharia 25 leitos com a reabertura. Só que não.
No mesmo dia 27, o governador Helder Barbalho assinou a autorização para o início das obras de modernização e readequação do hospital, e destacou a importância do investimento para a corporação. Dos 25 leitos previstos, 19 são adultos e seis infantis.
“Estamos contentes em anunciar a todos os membros da Polícia Militar do nosso Estado, bem como seus familiares, que assinamos a ordem de serviço que autoriza as obras de reforma do Hospital da Polícia Militar”, disse o governador.
O coronel Dilson Júnior, comandante da PM, também destacou o investimento na reforma. “Esse momento é muito importante para a nossa tropa. Dez anos após a sua desativação, teremos de volta o nosso HPM, que passará por uma grande reforma e será dotado de equipamentos de ponta para a realização de mamografias, tomografias, Raios-X e outros aparelhos hospitalares.
“Somente na reforma do prédio, são R$ 2,730 milhões, e mais R$ 1,5 milhão destinados ao aparelhamento tecnológico hospitalar”, disse o coronel à época.
A intenção era reabrir o hospital à tropa e familiares com serviços como consultas ambulatoriais, internações e pequenas cirurgias. Seria uma “opção na busca por atendimento médico”, destacou, em 2021, a diretora do hospital, tenente-coronel Maria Lilian Rodrigues.
Cartão de ponto
Próximo ao prédio sem vida, moradores e trabalhadores de empresas comentam que apenas quatro operários estariam tocando os serviços, mas sem evidências de alguma ação efetiva da reforma. A empresa Asevedo estaria em uma frente de trabalho na Alça Viária e, após a conclusão desse serviço, concentraria esforços na reforma do hospital.
Acionadas, as assessorias da Polícia Militar e da Secretaria de Obras não se posicionaram sobre o assunto.