Cúpula da Segurança Pública do Pará presente – no show do cantor Gustavo Lima, sábado, promovido pelo COPM. Mas, engana-se quem pensar que a ilustre presença foi cobrar passaporte vacinal, uso de máscara ou a aglomeração, como exige o governador Helder Barbalho na penca de decretos já publicados. Na verdade vos digo: os maiorais da Segup estavam lá para curtir o show, sem máscaras e em meio a uma aglomeração do arromba e sem precedentes nestes tempos de pandemia: o secretário de Segurança Pública, Ualame Machado; a delegada-geral-Adjunta da Polícia Civil, Daniela Sousa dos Santos de Oliveira; o marido da delegada, Cláudio Luciano Monteiro de Oliveira, assessor do secretário de Segurança…Todos sem máscaras, curtiram bastante o show do embaixador. E ainda contaram com a companhia do coronel Guaraci Paranhos, chefe da Assessoria Militar da Alepa.
A população do Pará deve estar curiosa com a ousadia desses gestores da segurança pública, os quais, aparentemente, não estão nem um pouco preocupados em seguir regras sanitárias. Jogam para a plateia e falam na imprensa sobre a necessidade de rigor sanitário, mas, na realidade, são os primeiros a descumprir próprias regras. Ou seja, se os próprios servidores do alto escalão não acreditam e não cumprem as medidas impostas pelo governador, exigindo o uso de máscaras, carteira de vacinação e proibindo aglomerações, como querer que os simples mortais paraenses cumpram o decreto governamental? Como?
O “Estado das maravilhas”
no imaginário do governador
Cenas deprimentes movimentaram as redes sociais na manhã de hoje mostrando “vigias noturnos” espancando impiedosamente um homem – aparentemente sexagenário – que dormia sobre o tablado de uma barraca na Feira da 25, ou Feira da Jutaí, que fica por trás do Estádio Baenão, do Clube do Remo. As imagens são o retrato da brutalidade que ocorre nos desvãos da noite, ou mesmo durante o dia, em Belém e por todo o Pará, “o País das maravilhas” no imaginário do governo do Estado e nas estatísticas da Secretaria de Segurança Pública. Em terra sem lei, cada um faz o que bem entende, quando e como entende.
Faça o que eu digo, mas, por
favor, não faça o que eu faço
Os vigias noturnos não são profissionais qualificados. No caso do vídeo, pertenceriam a uma “empresa”, Os Bragas, que vende serviços de vigilância a feirantes que costumam deixar produtos estocados na própria feira. Esse tipo de serviço é abundante em Belém, principalmente na periferia. Pessoas pagam pela própria segurança porque, provavelmente, o Estado não cumpre seu papel constitucional, exceto mostrando números fictícios nas estatísticas. Os Bragas, como tantas outras empresas, também devem se achar policiais, mas não têm registros na Polícia Federal e, tudo indica, tem lá seus sociopatas. Veja o vídeo: