Maior compradora da produção de pargo da Costa Atlântica do Pará, a partir de Bragança, Netuno USA sugere a existência de “forças ocultas” contra projeto que prevê minimizar problemas do setor na região/Fotos: Divulgação.

A empresa norte-americana Netuno USA INC. encaminhou nota de esclarecimento à coluna referente à publicação “Pesca predatória e clandestinidade ameaçam varrer o pargo da costa Atlântica do Pará ante a omissão oficial”, no dia 22 de abril, segundo a qual não existe vínculo societário nem operacional com a homônima brasileira Netuno, que passou a atuar a partir de Bragança, nordeste do Estado. Segundo a nota, a Netuno USA importa produto de mais de 20 países nos cinco continentes e fatura mais de US$ 100 milhões anuais, gerando mais de 10 mil empregos diretos e indiretos, enquanto a homônima do Brasil, ao que parece, enfrenta recuperação judicial.

Há mais de dez anos, a Netuno USA vem primando pelo fortalecimento de sua marca no mercado norte-americano como empresa de alto nível de responsabilidade. Atualmente, apoia sete projetos de melhoria pesqueira globalmente, todos com vista a atingir o Selo Marine Stewardship Council de pesca sustentável, com investimentos no desenvolvimento de embalagens à base de plásticos biodegradáveis e no cultivo de macroalgas na costa da Florida para diminuir a sua pegada de Carbono, dentre outras iniciativas. Um dos projetos lançados em 2013 pela Netuno, com apoio integral da empresa, é o projeto de melhora da pesca do pargo, no Norte do Brasil.

Forças ocultas em alto mar

Tendo como parceiros a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Prefeitura de Braganca, UFPA e cooperativa de pescadores da região e acompanhamento de duas organizações não governamentais, a Netuno afirma que tenta minimizar problemas da pescaria, “alguns efetivamente apontados em seu artigo, como a atuação de uma frota clandestina a qual, sinceramente, desejaríamos ver afundada”. Conforme a empresa, “infelizmente, até o momento, além da Netuno e da Secretaria Nacional de Pesca, nenhuma outra importadora ou planta processadora mostrou interesse em apoiar nosso projeto – talvez o senhor possa imaginar o porquê”.

Milagre da multiplicação:
grupo falido investe R$ 30 mi
no interior do Pará

De fato, não parece haver vínculo societário entre a Netuno USA e a Netuno Prime, mas não se pode negar que a empresas norte-americana  é a maior compradora da produção de pargo de Bragança, boa parcela de origem duvidosa, pelo que se comenta, “lavada” na gigantesca máquina do crime que se estabeleceu no setor pesqueiro do Pará. Ocorreu assim em Salvador, Recife e Fortaleza, onde as mesmas práticas predatórias adotadas aqui levaram os cardumes de lá à exaustão.

Papo Reto

Divulgação
  • O empresário Cypriano Sabino de Oliveira, que construiu um império patrimonial, hoje em recuperação judicial, está acometido de Doença de Alzheimer, segundo laudo médico desde 2016. Teve a sua interdição decretada pela Justiça de São Paulo.
  • Erramos: o prefeito Daniel Santos prestigiou, sim, o lançamento da pré-candidatura da primeira dama Alessandra Haber. Demorou um pouquinho, mas chegou na companhia do governador Helder Barbalho.
  • É lastimável o estado em que se acha a Praça Barão do Rio Branco no centro da cidade. O logradouro, que fica defronte à sede da OAB, há muito que não  tem a sua grama aparada, seus jardins cuidados, suas calçadas limpas.
  • Ao lado da herma do jurista Rui Barbosa o acúmulo de água da chuva se transformou num grande criadouro de mosquitos propagadores de doenças, como a Dengue que recentemente voltou ao noticiário.
  • Na última quinta-feira de abril, Andréa Lia Amazonas (foto) tomou posse como membro representante do Pará na Comissão Nacional de Marketing Jurídico da Associação Brasileira de Advogados.
  • Jornalista e publicitária, Andréa tem especialização em marketing e conduz uma agência especializada em comunicação e marketing digital para construção de reputação na internet.
  • Embora a Comissão de Defesa do Patrimônio Histórico de Belém do IHGP tenha levado oficialmente ao conhecimento da Polícia Civil a questão que envolve o furto de 18 peças de bronze de locais públicos da cidade, até hoje, um ano depois, nenhuma investigação foi iniciada para desvendar os crimes.
  • Desportistas torcedores do Castanhal não perdoam o governador Helder Carvalho. Ano passado, Helder prometeu reformar o Estádio Modelão e não cumpriu.
  • O resultado é que o Castanhal cumpre sete partidas da Série D, como mandante, em Bragança, com prejuízo de R$ 18 mil a cada deslocamento.