Para além dos palcos iluminados pelo empoderamento – ou pelo empoderamento que ilumina os palcos -, as paraenses Izabel Rezende, Gabi Amarantos e Beta Mutran são destaque de e em Belém e integram uma casta de poder que a maioria das mulheres do Norte ainda não alcançou: são personagens de pesquisa em que se dizem “muito insatisfeitas”, maior média de todas as regiões do País/Divulgação.

Pesquisa feita exclusivamente com mulheres pelo Observatório Febraban aponta que a brasileira está insatisfeita ou muito insatisfeita com a forma como as mulheres são tratadas atualmente na sociedade – e na região Norte, essa insatisfação é ainda maior. Segundo o estudo, oito em cada dez entrevistadas se dizem insatisfeitas ou muito insatisfeitas com essa condição. No Norte, esse percentual atinge 87%, maior média de todas as regiões. A violência e o assédio, seguidos do feminicídio e da desigualdade de direitos e oportunidades entre homens e mulheres são os principais pontos negativos destacados na pesquisa.

Além da média nacional

Um dado que chama a atenção é que as entrevistadas na Região Norte foram asque mais apontaram que as leis são antigas e conservadoras em relação às mulheres (14%), enquanto a média nacional ficou em 10%. Para 62% das entrevistadas, as mulheres não têm direitos iguais ao dos homens, muito menos remuneração equivalente (78%). Quanto às oportunidades de educação, as mulheres sentem maior conforto: apenas 34% disseram que elas não são iguais às dos homens. Com relação à liberdade sexual, 75% acham que ela não é igual à do sexo masculino.

Desigualdade entre gêneros

Para 57% das mulheres da região, a desigualdade entre gêneros diminuiu nos últimos dez anos. As que disseram que a situação não se alterou somaram 25% e as que afirmaram que o quadro piorou muito ou piorou atingiram 17%.  Questionadas sobre as suas principais preocupações, as entrevistadas citam em destaque (como primeira resposta) a violência e o assédio contra a mulher (49%). Entre os principais motivos para os crimes violentos, elas citam o ciúme (24%) e machismo (21%). A maioria (62%) viveu ou tomou conhecimento de mulheres que foram vítimas de situações de violência nos últimos 12 meses. A grande maioria das entrevistadas (66%) declara saber que o Brasil ocupa a quinta posição em mortes violentas de mulheres.

Preconceito e discriminação

As situações mais comuns de preconceito ou discriminação que elas viveram ou presenciaram aconteceram no trabalho (43%), escola ou universidade (43%), festas ou locais de entretenimento (54%), na rua (70%) ou no transporte público (50%). Ao serem indagadas onde mais ocorrem situações de violência contra a mulher, 84% afirmaram como primeira resposta que elas acontecem em casa. Entre aquelas que já sofreram ou tomaram conhecimento de violência, 81% disseram que o agressor foi uma pessoa conhecida. Entre essas, 82% relataram que o autor foi o cônjuge, companheiro ou namorado. O levantamento,  feito de 19 de fevereiro a 2 de março, ouviu 3 mil mulheres.

Mas que elas dançam, dançam,  
independente das circunstâncias

A empresária Patrícia Mendes é uma das duas mulheres eleitas prefeitas em municípios da Região Metropolitana de Belém – a outra é Luiziane Solon, de Benevides. Desde que assumiu o cargo, diferente de sua colega do município vizinho, Patrícia tem se notabilizado por encarnar o tipo “bate e arrebenta”. “Caiu no pagode” em plena pandemia em um bar da periferia da cidade e foi criticada nas redes sociais por não respeitar o uso de máscaras e aglomerações. De outra feita, invadiu uma emissora de rádio da cidade, assumiu lugar no estúdio e disse cobras e lagartos dos seus opositores. Personagem de uma suposta separação recente, Patrícia não dá bola para o azar e segue dançando, como aconteceu na terça-feira de Carnaval durante show do cantor João Gomes. Veja o vídeo: