O pagamento do Abono Fundeb, aprovado pela Assembleia Legislativa, é “vendido” pelo governo do Estado como “estratégia de valorização da educação”, mas, segundo professores da rede pública, convence apenas o Sintepp/Fotos: Agência Pará.

Circula nas redes sociais vigorosa manifestação de docente vinculada ao ensino público no Estado, sob o título “Governo Barbalho e o engodo da valorização da educação”, que expõe, ao mesmo tempo, a insaciável sede de poder do governador Helder Barbalho e o esmagamento da classe trabalhadora do Pará, incluindo especialmente o ex-todo- poderoso e combativo Sindicato dos Trabalhadores em Educação, o Sintepp. O protesto denuncia “grandes investimentos na mídia” pelo governo do Estado e na “compra de silêncios”, onde se encaixam o Sindicato – que “silencia e manobra a base sindical” – e “grande parte da esquerda paraense, que vive de migalhas em pequenos cargos que não alteram as políticas estaduais e não contribuem para o avanço da classe trabalhadora”.

Não é o que parece ser

Segundo o texto, para a sociedade, os educadores e técnicos em educação vivem no melhor dos mundos: salários altos, conquista do piso, abono e adiantamentos de pagamentos. Porém, a realidade é oposta. Ao longo deste governo, os trabalhadores em educação tiverem diversas perdas em seus direitos, a começar pelo aumento de 11% para 14% da contribuição previdenciária. Com a aprovação do piso salarial nacional, teremos perdas no valor do salário real e não temos uma política de valorização dos servidores.

Abono é igual à má gestão

Abre aspas: Sobre o abono do Fundeb, tão comemorado, ao compararmos com outros Estados da Federação, observamos à distância daquilo que se diz ‘valorização da educação’, como propaga em verso e prosa o governador do Estado. Além do que, abonos são sintomas de má gestão do dinheiro público, que deveria ser investido na estrutura das escolas que se encontram destruídas em todo o Estado causando grandes prejuízos à comunidade escolar e a formação dos educandos. Os recursos deveriam ter sido investidos para aprimorar o ensino remoto e na qualificação dos educadores. Fecha aspas.

“Governo mente à sociedade”

E arremata: “o governo Helder mente para os trabalhadores em educação e para a sociedade. Precisamos de reformas urgentes nas escolas, para projetos educacionais e formação continuada dos servidores. Precisamos de valorização real dos professores em educação, como a implantação da jornada pedagógica. Nosso sindicato, infelizmente, se apagou diante dessas lutas; se acovardou no enfretamento de questões chaves da categoria. Nós, como base sindical, temos o dever de pressionar essa gestão envelhecida e distante da base para as lutas que precisamos travar”.

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