Águas de março vão a quase cinco metros de altura, conforme anunciado, e deixam rastro de destruição em uma das praias mais concorridas da Costa Atlântica do Pará, em Bragança, onde a prefeitura construiu quiosques em alvenaria/Fotos: Divulgação-Redes Sociais.

Quando bem quer, a natureza avisa. Ontem, a Vila de Ajuruteua, a 36 quilômetros de Bragança, foi transmissora não de aviso, mas de recado à administração do prefeito Raimundo Oliveira, que meteu na cabeça que construir quiosques de concreto na praia é bom grande negócio. O mar invadiu a praia com águas de quase 5 metros de altura, arrastou parte das estruturas e engoliu uma boa quantia de dinheiro público.

Ajuruteua consiste em uma avenida principal e uma rua transversal, conta pouco mais de 300 residências de construções rústicas em madeira e praias, mangues, dunas, caranguejos e guarás. A principal praia, porém, tem histórias de marés destrutivas e, recentemente, engolindo até veículo de luxo. Uma obra a mais ou a menos teimosamente erguida na praia não passa de detalhe que os moradores, nativos ou não, conhecem muito bem. O prefeito de Bragança, não.

Aviso aos teimosos

Na madrugada de ontem, a maré se agigantou sobre as instalações, lambeu residências acima da média e, ao descer, deixou o retrato do estrago para lembrar aos teimosos do plantão quem manda.