Registros policiais apontam que pessoas que entram em refrega com a Polícia até que recebem socorro, mas acabam morrendo a caminho do hospital, o que no jargão policial quer dizer “sem corpo” – no local do crime -, “não há crime”/Fotos: Divulgação.

Seria cômico, não fosse trágico, ler manchete de jornal de Belém relatando ocorrência policial tendo morte como resultado. Primeiro fala em troca de tiros; depois apresenta duas armas de fogo –  uma cartucheira com duas munições picotadas e um revólver com cinco cartuchos intactos. Então, houve troca de tiros? 

Segundo o relato, um casal, ao avistar a guarnição bateu em retirada, quer dizer, não enfrentou a Polícia, mas, será que um casal com uma arma caseira e um revólver se atreveria a enfrentar a guarnição de uma tropa especializada, que utiliza armas pesadas e coletes balísticos?  E a conclusão dos fatos: as vítimas foram socorridas e morreram no caminho… procedimento padrão para não deixar os corpos no local do crime.

Leitor desinteressado da coluna afirma que, analisando os relatos, qualquer investigador mediano sabe que, na real, houve uma execução, embora reste descobrir qual seria o motivo de a Polícia, supostamente, executar um casal suspeito de tráfico de drogas. 

No Rio de Janeiro existem confrontos e resistência, porém, as armas dos traficantes são do mesmo nível das utilizadas pelo aparato policial e, às vezes, potencialmente superiores. 

A meio caminho andado

Esse comportamento da Polícia do Pará em casos de resistência – chamada pelo Sistema de Segurança Pública de morte por intervenção de agente do Estado – chega à beira da ignorância, ou melhor, faz  pouco do Ministério Público e do Judiciário  e força a Polícia Judiciária a formalizar uma situação que não existiu. Parece conivência, uma vez que é difícil acreditar que 100% das pessoas que reagiram à ação da Polícia foram socorridas e morreram fora do local da ocorrência – aliás, essa suposta conivência só terá  prazo de validade mediante uma investigação séria e fora do controle e da manipulação das instituições estaduais.

De resto, é subestimar a inteligência dos observadores.

Papo Reto

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  • As viagens de avião para Salinópolis neste veraneio vão custar R$ 759,83 de ida e R$ 719, 00 de volta. As aeronaves, da voadora Azul, têm capacidade para até nove pessoas. Boas férias.
  • Filas quilométricas em aeroportos, voos atrasados e cancelados, greves e bagagens “perdidas” – eis o resultado da demanda reprimida de passageiros no pós-pandemia.
  • Há falta de trabalhadores nos aeroportos e companhias aéreas e a situação fiscal anda complicada. A quem pretende viajar para os EUA ou Europa recomenda-se estar ciente do caos anunciado.
  • É bem verdade que o leito da Alça Viária finalmente melhorou no quesito buracos, mas a completa e absurda escuridão das três pontes, assim como a precariedade da sinalização horizontal tornam qualquer viagem noturna um exercício de paciência. Todo cuidado é pouco.
  • Aliás, a Secretaria de Transporte do Estado, comandada por Adler Silveira (foto), parece ter jogado a toalha na luta contra o furto de lâmpadas e fiações nas pontes da Alça Viária.
  • Reativaram o setor Médico da Câmara Municipal de Belém, mas com atendimento aberto às comunidades dos nobres vereadores.
  • Resultado é a média de 30 atendimentos por dia, inclusive de pessoas com sintomas de covid.
  • Com a sanção da Lei 14.382/2022, ontem, pelo presidente Bolsonaro, o MP fica isento de atuar no processo de habilitação de casamentos.
  • Significa que, publicado o edital de proclamas, cujo prazo foi reduzido de 15 para cinco dias, os cartórios já poderão emitir a certidão de habilitação do ato. E festejam…