Não tem remédio: novo ataque atropela decisão do juiz Giordano Grilo, menos de dez dias atrás, e invasores ainda admitem, durante diligência policial, que seguem orientação de líderes da região, fornecendo nomes e endereços/Fotos: Divulgação.

Desde a última invasão, dia 13 deste mês, que acabou graças à intervenção judicial, embora ninguém tenha sido detido, os criminosos construíram um galpão com madeira extraída no próprio local, onde a derrubada de árvores é proibida, sinalizando a investida de ontem.

O Grupo BBF (Brasil BioFuels) teve, novamente, suas terras invadidas por um grupo de invasores formado por indígenas e quilombolas nas vias de acesso à sede da Fazenda Vera Cruz, no município de Acará. A fazenda foi alvo de invasão nas duas últimas semanas, que culminou em ação de cárcere privado, onde os invasores mantiveram como reféns mais de 30 trabalhadores da empresa durante três dias, sem acesso a alimentos, água e medicamentos.

A retirada dos criminosos somente foi executada por equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil do Pará no dia 16 de abril, após decisão judicial expedida pela Justiça – Interdito Proibitório com Obrigação de Fazer e Perdas e Danos Morais – deferida pelo Juiz de plantão no Fórum de Acará, Giordano Grilo, mas nenhum criminoso foi detido.

Nem Justiça, nem Polícia

Na invasão ocorrida ontem os invasores, além de ignorar a decisão do TJ que proibia a aproximação deles da área, desrespeitaram o efetivo da Polícia Militar que esteve no local, afrontando as autoridades. Novamente, nenhum invasor foi detido. Chama atenção também o fato de que os invasores, em curto espaço de tempo, construíram um barracão de apoio dentro das terras da empresa, como prevendo a nova invasão, estrutura, aliás, construída com madeira nativa em área de reserva legal, que não poderia ser desmatada.

Os invasores permanecem desde então na fazenda, atirando pedras e pedaços de pau nos veículos e nos trabalhadores da empresa. Como é possível ver nas imagens, um grupo cerca um veículo da BBF durante os atos de depredação.

Nomes e endereços

Diante das diligências policiais, os invasores informaram que estão agindo sob a liderança de Paulo Nunes, Josias dos Santos, o “Jota”, e Laelson Siqueira de Souza, criminoso contumaz que responde por diversos processos criminais, dentre eles extorsão (Processo 0000041-10.2016.8.14.0076 TJPA) e roubo majorado (Processo 0800309-84.2023.8.14.0076 TJPA) e se encontra com medida cautelar, porém, também não é respeitada. Paulo Nunes é funcionário da Prefeitura do Acará e militar da reserva.

A empresa registrou mais um Boletim de Ocorrência 00167/2023/100610-9 na Delegacia de Polícia Civil do Acará e aguarda providências. Na região de Tomé-Açu e Acará, a BBF já registrou mais de 750 boletins de ocorrência noticiando os mais diversos tipos de crimes contra a empresa, tais como roubo, furtos, incêndios criminosos, tentativas de estupro, agressões de trabalhadores, tentativas de homicídio e disparos de armas de fogo, entre outros. Mesmo com dezenas de ofícios enviados aos órgãos de Segurança Pública do Estado, ninguém foi preso até o momento. Paratê Tembé, Lúcio Tembé, Marques Tembé, Paulo Nunes, Adenísio Portilho, Josias dos Santos, Laelson Siqueira são figurinhas carimbadas nos boletins de ocorrência, inquéritos policiais, dossiês do Ministério Público, mas continuam soltos e praticando os mais diversos tipos de crime no Estado.