Processo anunciado pelo MP repete situações registradas na máquina estadual: em vez de concurso público, segundo a legislação, escolha seletiva/ Divulgação
Quando o exemplo não vem de cima, o efeito cascata explode abaixo. É o caso do Ministério Público do Pará, que anuncia abertura de processo seletivo para contratação de analistas, em vez de abrir concurso público com todas as exigências para o exercício de um cargo de Estado. Aliás, até agora, o MP só tem suas ações institucionais voltadas para promotores e procuradores, sem se preocupar em criar plano de carreira para os analistas, os quais – até os urubus do Ver-o-Peso sabem – são a grande força de trabalho do órgão.
O mais absurdo nessa iniciativa do Ministério Público de contratar através de seleção é que os atuais analistas, concursados segundo exige a transparência pública, que estudaram e se esforçaram pela aprovação, irão trabalhar lado a lado com colegas contratados sabe-se lá de que forma, em claro desrespeito e afrontando a valorização funcional. O quadro, porém, não se encaixa no jargão segundo o qual “o último a sair apague a luz” no parquet, mas remete ao estilo “Alice no Estado das maravilhas”.