Não é de hoje que turistas nacionais e estrangeiros dão com a cara na porta nos chamados pontos turísticos de Belém – e em uma cidade onde as belezas amazônicas, a cultura e a fé religiosa são cantadas aos quatro ventos, essa não é exatamente a melhor maneira de receber.
Leitor da coluna que tentou visitar a Basílica Santuário de Nazaré, na manhã do sábado de Aleluia, planejando uma esticadinha até o Museu Emílio Goeldi, ficou na vontade: os dois dos points mais referenciados no turismo em Belém estavam fechadíssimos na ocasião.
Para o visitante acidental, não foi difícil perceber a presença, nos dois locais, de dezenas de pessoas provenientes não só do interior do Pará como de outros Estados, tais como São Paulo e Santa Catarina. Por essas e outras, no caso do Santuário, têm gente com saudades do Padre José Ramos, hoje em missão em São Paulo, em cuja gestão, como Reitor o fechamento da Igreja à visitação jamais ocorreria.
Mas é assim que segue a procissão: noves fora o Ver-o-Peso, que pulsa 24 horas por dia, Bosque Rodrigues Alves, museus históricos e outros pontos turísticos da cidade só funcionam em dias úteis, quer dizer, quando a visitação é reduzida – e como dizem os entendidos, museu sem visitantes não é museu; é trambolho de portas fechadas.
Calçamento em reforma
Menos de 45 dias depois de a coluna publicar o descontentamento dos usuários contra a má conservação do calçadão do Museu Emílio Goeldi, o espaço entrou em reforma e, pelo visto, acelerada. Na ocasião, os insatisfeitos ameaçaram até recorrer às as redes sociais do Ministério da Ciência e do ministro Marcos Pontes, ao qual o MPEG está vinculado, em protesto pelo estado de coisas.
Prédio histórico
tomba sob marreta na
área comercial da cidade
Enquanto isso, uma obra supostamente clandestina se encarrega de destruir um dos mais belos exemplares da arquitetura de Belém – o imóvel situado na esquina da Frutuoso Guimarães com a Castilhos França, na área do comércio, centro. O trabalho segue impávido e, aparentemente, sem os olhares oficiais, para variar. Quem passou por lá anotou que o trabalho passa no momento pela retirada de azulejos portugueses, peças que, quebradas em sua maioria, vão para o contêiner de lixo disposto às proximidades, sem dó nem piedade.
Acionada na última sexta-feira, a Comissão Especial de Defesa do Patrimônio Público de Belém, vinculada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Geográfico do Pará entrou em contrato com o Iphan na tentativa de interromper a destruição. E tem que ser rápido. Depois, não adiante chorar o leite derramado.