Nomeado pelo Papa Francisco terceiro bispo da Diocese de Bragança, com direito à sucessão, monsenhor Raimundo Possidônio Carrera da Mata, nascido em Icoaraci, Distrito de Belém, assume no próximo sábado, 30, mas ritual ainda não está definido conforme os planos da Nunciatura Apostólica/Fotos: Divulgação.

Integrante – não eclesiástico –  do batalhão percursor da Nunciatura Apostólica do Vaticano em Brasília que faz o circuito Belém-Bragança para as providências cerimoniais e protocolares visando a posse do novo bispo auxiliar da diocese, Dom Raimundo Possidônio Carrera da Mata, neste sábado, 30, confidencia estar surpreso com a  suposta má vontade e até indiferença de funcionários leigos da Cúria Diocesana da cidade e da própria CNBB Norte 2 com o evento de investidura.

Segundo ele, percebe-se “certa orientação” para não dar muita publicidade à chegada de Dom Possidônio ao bispado e “tentativa circunscrever ao máximo a solenidade”, que deveria ser absolutamente aberta ao povo. Como manda a regra canônica, a solenidade deveria envolver em missa campal  em espaço aberto,  ou até em ginásio de esportes, e não no interior de igreja, como recomenda o cerimonial da Nunciatura Apostólica aos organizadores.

Aliás, o  Núncio Apostólico, Dom Giambattista Diquattro, estará presente ao evento. Perlo sim, pelo não, Dom Possidônio da Matta, o “Padre Cid” para os amigos, que não duvide: terá muitos desafios pela frente a exigir medidas difíceis, cirúrgicas e rápidas,  uma vez claro que, pelo menos para uma parte do clero e dos leigos,  o religioso não é bem vindo. Cuidem-se os que duvidam do peso da mão de Francisco.

O olho que tudo vê

Parece que as atenções da Santa Sé estão centradas no Pará; e estão. Além do “recado” do Papa Francisco ao Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, depois do episódio que o colocou no olho do furação – na crise que motivou investigações da própria Igreja e do Ministério Público -, o clima na Arquidiocese nunca mais foi o mesmo. Antigas e fraternas relações entre bispos foram prejudicadas e uma espécie de “divisão branca” se estabeleceu na Igreja – o que Sua Santidade vem acompanhando através da Nunciatura, em Brasília.

Vagas abertas no Pará

Neste momento, há mitras voando sobre os sacerdotes em missão no Pará. É que, com a transferência para Tefé, no Estado do Amazonas, de Dom Altevir Maria, que foi bispo de Cametá, a diocese local está vacante, aguardando a nomeação de novo bispo pelo Vaticano. Também há vaga na Arquidiocese de Belém para bispo auxiliar, aberta desde a nomeação de Dom Irineu Roman para a Arquidiocese de Santarém.