O fogaréu que consome o tempo – e o templo – que deveria ser para pregação da palavra de Deus e torra a paciência de líderes de congregações evangélicas – uma vez que dividiu as lideranças – desde que o bispo Edir Macedo mandou suas ovelhas retirarem apoio à reeleição do governador Helder Barbalho em favor da candidatura do senador Zequinha Marinho ao governo do Pará não tem prazo de validade. E também derrete horas a fio dos afazeres de Helder, que se vê obrigado a fechar as porteiras do curral para evitar a debandada. Ontem, o governador tratou de postar em suas redes sociais encontro com o pastor Gilberto Marques, presidente da Convenção Interestadual de Ministros e Igrejas Evangélicas e outras lideranças, provando que segue no comando das ações e que se detectar o menor sinal de desapego da base de apoio puxa o tapete das igrejas.
Zequinha manda recado
e diz apostar na “força da lei”
De Brasília, onde aparentemente se mantém quedo e mudo, o senador Zequinha Marinho manda avisar, com incontida ironia, através de assessores postados em Belém, que seus planos de candidatura ao governo, já delineados em seguidas reuniões com representantes e com o próprio presidente Jair Bolsonaro são para já, não para 2026: Zequinha acredita piamente que as chances de vitória são reais, seja nas urnas, seja através do afastamento do governador Helder Barbalho do cargo, “por força da lei” – a expressão é textual.
Na Assembleia, deputados não
dão um pio sobre o momento
A presença do presidente nacional do Republicanos em Belém, deputado federal e bispo licenciada da Igreja Universal do Reino de Deus, Marcos Pereira, semana passada, para transmitir a ordem de retirada de apoio à reeleição de Helder Barbalho, expôs a divisão dentro do próprio partido na Assembleia Legislativa: a deputada Nilse Pinheiro esteve com Marcos Pereira, ainda no aeroporto, enquanto Fábio Freitas corrida para os braços do governador, dias depois. Dois parlamentares ligados a Zequinha Marinho, Dr. Galileu e Dr. Jaques Neves, ambos do PSC, não deram um pio sobre o momento político, por óbvio.
Expectativas apontam para
congresso, dia 12 em março
No Congresso da Direita, O anunciado Congresso da Direita, previsto para Altamira, região da Transamazônica, dia 12 de março, com a presença do senador do PSC, parlamentares e lideranças do campo que apoiam Bolsonaro tende a ser um marco na arrancada das eleições e da candidatura de Zequinha Marinho, e não está descartada a presença do presidente. Os organizadores aguardam milhares de pessoas da região e Transamazônica insatisfeitas com a decisão do governador do Pará de não apoiar o plebiscito para criação do Estado do Tapajós, além de muitas lideranças rurais, garimpeiras, madeireiras e empresariais que veem em Bolsonaro “passe livre” para manter suas atividades e garantir seus direitos e objetivos. A conferir.