A Prefeitura de Belém alega a existência de “pendência jurídica” a ser resolvida pela Incorporadora Roma para definir a nova funcionalidade do Mercado de São Brás. Como se sabe, a empresa obteve o direito de exploração, através de edital público, em julho de 2020, e se qualificou à concessão de direito de uso do espaço, acenando com projeto de obras de reforma, restauro e requalificação. Passados dez meses da administração Edmilson Rodrigues, em vez de caminhar para se tornar o novo polo turístico e econômico de Belém, o Mercado de São Braz segue entregue às baratas.
Prefeitura reconhece
passivo de 16 anos
A nova posição da Prefeitura de Belém foi publicada em meados de novembro, em nota oficial, através da Companhia de Desenvolvimento e Administração da Área Metropolitana de Belém, a Codem. No documento, a prefeitura diz reconhecer que há um passivo administrativo de 16 anos em relação a diversos equipamentos públicos e que tem buscado, nesses pouco mais de dez meses de gestão, “cuidar do patrimônio da cidade”.
Início das obras fica
para “depois da Justiça”
A prefeitura informa que “tem reunido com os permissionários para buscar alternativas para os diversos problemas enfrentados”, mas entende que “só depois de resolvida a questão jurídica irá apresentar, de forma conjunta com os permissionários, um plano de recuperação que busque dar uma nova funcionalidade ao mercado, integrando modernização e turismo ao prédio histórico, e devolver equipamento público à cidade”.
Incorporadora aponta
dupla responsabilidade
Ouvido pela coluna, representante da Incorporadora Roma, do empresário Romulo Maiorana Jr, não se refere à pendência jurídica, mas informa que “além disso”, persiste na área do mercado a circulação de desocupados e de crianças abandonadas, o que impediria qualquer intervenção. Segundo a incorporadora, existe um contrato de ingerência da prefeitura na retirada dos permissionários para o início das obras, inclusive com apoio dos órgãos da área social e da Guarda do município, mas, infelizmente, não há controle sequer sobre o número de permissionários, legais ou ilegais instalados no imóvel.
Papo Reto
- Quatro carretas gigantes estão estacionadas desde meados de novembro nas instalações da Usina da Paz, no bairro Icuí-Guajará, em Ananindeua. Cada uma custou R$ 1,7 milhão.
- Equipados para oferecer atendimento médico, dois desses veículos deveriam ter chegado em maio em Belém, mas só devem entrar em operação no ano que vem.
- No fundo, no fundo, o chefe de Gabinete do prefeito Edmilson Rodrigues, Aldenor Júnior (foto) é de fato o coordenador de Comunicação da prefeitura, o que faz de Keila Negrão figura decorativa.
- Aliás, de tão “mandão” que é Aldenor Júnior bem que poderia mandar recolher as carcaças de automóveis deixadas nas ruas de Belém.
- Dois desses trambolhos estão apodrecendo na Quintino Bocaíuva; na João Balbi, mais três; na Pedro Miranda perde-se a conta.
- Dados da Polícia Federal apontam que o grama da cocaína refinada em Roterdã, Holanda, custa 49,30 euros e por tal razão o embarque da droga pelo Porto de Barcarena não cessa. Cada tonelada vale cerca de R$ 295,8 mil, se considerado o euro no câmbio de R$ 6.
- A decisão das autoridades brasileiras de retomar a navegação de cabotagem pela Costa Atlântica irá beneficiar principalmente os Estados situados de frente para o oceano, como o Pará.
- Embora com maior duração nas viagens, os navios irão reduzir o número de caminhões nas rodovias, baratear os fretes e melhorar a qualidade do ar.
- Pedras de lioz do calçamento de Praça Batista Campos estão soltando barbaridade, o que é um perigo para caminhantes e transeuntes, especialmente idosos.
- Com as fiscalizações da Semob cada vez mais escassas, as pistas do BRT viraram terra de ninguém – ou de todos, já que ninguém respeita mais as restrições da via expressa.
- Mesmo muito doente há dois anos e com 65 anos de casa, o radialista Carlos Estácio foi demitido de Rádio Clube.