Jogo de empurra coloca beneficiários entre a cruz e a caldeirinha, enquanto os órgãos estaduais não se entendem. Denúncias apontam que Justiça não faz valer a regra que prevê o sequestro de lavores para pagamento na conta do credor.
A julgar pelo volume de denúncias sobre o descumprimento de prazos estabelecidos pela Justiça ao governo do Pará e ao Instituto de Gestão Previdenciária para pagamento de precatórios, urge, no mínimo, uma reunião entre a direção do Instituto e a Secretaria da Fazenda, senão para resolver o imbróglio, para evitar constrangimento legal. Explica-se.
O atraso no pagamento de RPVs, que são as chamadas requisições de pequeno valor – até 60 salários mínimos -, que deve ocorrer 60 dias a partir da data de protocolo no Tribunal de Justiça, tem sido justificado, sistematicamente, com a informação de que a Secretaria da Fazenda ‘não repassa os recursos’. E o tempo passa, o tempo voa.
No caso em que a determinação não é cumprida, manda a regra que o juiz do processo sequestre os valores correspondentes à requisição, permitindo o pagamento por depósito na conta do credor. Só que não.
Para boi dormir
Denúncias encaminhadas à coluna dão conta de que o descumprimento de decisões judiciais para pagamento de precatórios no âmbito do Estado – no município, nem se fala – vem desde a época da pandemia e incluem, até hoje, as restrições impostas pela doença ao trabalho presencial e falta de pessoal, além da ausência de repasses da Secretaria da Fazenda. Nenhuma das ‘alternativas’ se sustenta atualmente, a menos que o quadro de pessoal do Instituto tenha sido desfalcado com a saída de servidores indicados pela “República de Ananindeua”.
Na ponta do lápis
A bem da verdade, não parece admissível que o Instituto venha dando ‘calote’ no curso desse período – da pandemia aos dias atuais -, mas as denúncias mais frequentes apontam que os pagamentos estão suspensos desde o final do ano passado. Segundo os denunciantes, o Instituto não encontra outra justificativa para justificar o atraso – segue responsabilizando a Secretaria da Fazenda pela falta de repasses -, com o agravante de que a própria Justiça, alertada, se mantém queda e muda, quando não, prorroga prazos, em vez de atacar o problema de frente.
Papo Reto
- Fontes da coluna mandam avisar, discretamente: está confirmada a inscrição de Raphael Maués (foto) no concurso para escolha de conselheiro-substituto no do TCM.
- O candidato é casado com Nayara Barbalho, que vem a ser filha da ex-presidente da corte, conselheira Mara Barbalho.
- O TRT da 8ª. Região, presidido pelo desembargador Marcus Augusto Losada Maia, se junta a universidades e à Marinha do Brasil para desenvolver ações voltadas ao atendimento de refugiados em Belém.
- O foco é a região do Marajó, mas o projeto, a ser desenvolvido em formato piloto, deve ser reproduzido em outros Estados brasileiros.
- Em Icoaraci, dois bares vêm transformando a travessa Itaboraí – entre 4ª e 5ª ruas – em ‘tremendo inferno’, com suas dezenas de mesa no meio da rua, tudo nas barbas da Polícia e da Prefeitura de Belém.
- Nos finais de semana, então, moradores da área sofrem para chegar em suas casas e também com o som alto e as frequentes brigas.
- O mais enigmático é que diversos carros da Polícia até param no local, mas nenhum deles exige o cumprimento da lei.
- Segundo o IBGE, mulheres negras e pardas estão mais vulneráveis às agressões, que geralmente vêm de pais, namorados e maridos.
- Tem aumentado o número de vítimas de Covid em busca de atendimento nos hospitais de Belém, inclusive no Porto Dias.
- Aliás, a China declarou ‘vitória decisiva’ sobre a covid, mas especialistas não contestam isso, já que o país declara que teve 80 mil mortes nos últimos dois meses e que intensificará vacinação.
- O talibã proíbe mulheres afegãs de usar pílula anticoncepcional. Os extremistas acreditam que o medicamento é uma forma de o Ocidente evitar o nascimento de crianças muçulmanas.
- As reclamações contra as operadoras de telecomunicação caíram 22,7% em 2022 – 1.721.455 queixas contra 2.228.391 no ano anterior, segundo a Conexis Brasil -, o que não significa que o consumidor siga satisfeito com elas.