Ao menos no âmbito das especulações, a eleição do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva criou uma situação inusitada no Pará. Se é verdade que o empenho do governador Helder Barbalho na campanha do ex-presidente teve entre seus objetivos indicar o irmão, Jader Filho, para um ministério do governo Lula – fala-se no Ministério da Infraestrutura -, também é verdade que o reitor Emanuel Tourinho precisa ser reconhecido pelo presidente eleito pelo trabalho político no comando da UFPA. E Lula não estará sendo justo se ignorar esse esforço.
Cenário favorável
Não há dúvida de que, encerrada a apuração dos votos no segundo turno das eleições presidenciais, com a vitória do ex-presidente Lula, o governador Helder Barbalho se viu diante do cenário que desenhou: politicamente favorável. Agora, mãos à obra, pois Lula terá, entre outros compromissos, muitos acordos a cumprir e reparos a fazer para evitar que seu novo governo incorra em erros de passado recente.
Helder fará do irmão, o empresário e presidente do MDB, Jader Filho, ministro da República? O futuro dirá. Mas, na outra ponta, Lula irá mesmo arranjar emprego para o senador em fim de mandato Paulo Rocha e para o ex-deputado federal Zé Geraldo? Lula dirá.
Uma pedra no caminho
Paulo Rocha é amigo de fé, irmão, camarada de Lula – dizem que até dividiram alojamento. O ex-deputado Zé Geraldo botou o pé na estrada nos últimos meses defendendo a candidatura de Lula, enquanto Emanuel Tourinho, entrincheirado entre os muros da UFPA, deu a cara a tapa e recomendou voto publicamente ao ex-presidente crente de que será ministro da Educação – mas nessa fronteira esbarram dois problemas: o Pará tem topete para emplacar dois ministros – um na Infraestrutura e outro na Educação – e, pior, Helder moveria uma palha por Tourinho. Respostas para o professor ex-reitor Carlos Maneschy.