Decisão amplia raio de ação da PF no combate a irregularidades que vão do tráfico de drogas à exploração ilegal de madeira e minérios e atende à pressão internacional com relação ao meio ambiente. Novo delegado, Humberto Freire, vem de Pernambuco/Fotos: Divulgação.

Pelo andar da carruagem, todos os problemas da Amazônia, das invasões de terras produtivas, passando pelo desmatamento, trabalho análogo à escravidão, exploração ilegal de minério e tráfico de drogas estão com os dias contados – ou quase isso. O novo governo Lula, que assume agora em janeiro, vai criar a diretoria da Amazônia e Meio Ambiente, inclusive anunciando o delegado titular Humberto Freire.

Pressão internacional

Humberto Freire de Barros é o atual secretário de Defesa Social de Pernambuco. O anúncio foi feito na última terça-feira pelo futuro ministro da Justiça e Segurança, senador eleito Flávio Dino. Segundo ele, os novos integrantes da PF foram escolhidos após um entendimento entre ele e o futuro diretor-geral, Andrei Rodrigues. Por sua forte ligação com Rodrigues, o novo diretor da Amazônia e Meio Ambiente já era cotado para compor a cúpula da corporação.

Em entrevista no final de novembro, o futuro ministro explicou que a criação da diretoria específica para a Amazônia era uma resposta às necessidades da região e à demanda nacional e internacional em relação ao meio ambiente. “Há uma espécie de combo de crimes hoje na Amazônia. Você tem narcotraficantes fazendo tráfico de drogas e, ao mesmo tempo, fazendo garimpo ilegal. Você tem exploração ilegal de madeira ou comercialização ilegal de madeira, feita também por quem opera lavagem de dinheiro, de garimpo ilegal”, explicou.

De acordo com ele, dada a sofisticação e a transnacionalidade dos crimes, “há a necessidade de uma especialização para você ter maior eficiência e uma maior articulação com os países vizinhos para combatê-los”.