Apesar dos transtornos, prejuízos financeiros, econômicos e sociais provocados pelo último desabamento, todo o sistema de iluminação de pontes na região dos rios Moju, Guamá e Acará está comprometido e representa risco à segurança da navegação. Nem a Secretaria de Transporte, nem o Sistema de Segurança Pública do Estado conseguem evitar a ação sistemática de vândalos/Agência Pará.

Aviso aos navegantes: ao que parece, o governo do Pará não acredita que um raio pode cair no mesmo lugar mais de uma vez e segue, destemidamente, desafiando as estatísticas – e a natureza, por tabela. Nos últimos dias, não apenas as duas pontes sobre o mesmo rio – no caso, a Moju-Cidade e a Moju-Alça, ambas destruídas por colisões de balsas em suas estruturas -, mas duas outras – nos rios Acará e Guamá, que compõem o complexo da Alça Viária -, se encontram totalmente às escuras. Todo o sistema de iluminação fotovoltaica dessas estruturas vem sendo furtado ante a inoperância da Secretaria de Transporte e mesmo dos órgãos do Sistema de Segurança Pública do Estado.

Sistema rodoviário também
passa pela mesma situação

O desleixo não desfavorece apenas o mais vistoso e importante sistema viário metropolitano: todas as pontes do sistema rodoviário estadual que receberam esse tipo de equipamento de segurança no governo anterior – não só para proteção contra abalroamentos fluviais, mas de auxílio ao tráfego rodoviário – tiveram sua iluminação surrupiada. Ou seja, o descaso, por generalizado, faz jus ao mote “Por todo o Pará”.

O galinheiro, as raposas e
as chaves: aqui, tudo se explica

Todo mundo está careca de saber que a Secretaria de Transportes sempre foi o filão de ouro maciço dentro da máquina do Estado. Estratégica pelo arco de atuação e com vultosos recursos para obras caríssimas, a Setran exige fiscalização apurada de obras em execução pelo seu quadro técnico porque um centímetro de asfalto a menos ou a mais influi muito no custo final. Essa é  a razão de a coluna questionar a contratação de profissionais que pertenciam às construtoras para atuarem  como fiscais. Se isso não parece com entregar as chaves do galinheiro às raposas bem parece. Explicado?

Só “corpo fechado” explica
navios fantasmas no Marajó

A empresa Arapari, que faz a travessia Belém-Marajó em navio e lancha velhos, desaparelhados, caquéticos e fantasmagóricos tem sido motivo de muitas queixas dos moradores da região, inclusive em carta aberta ao governador do Estado. Mas, sabe-se lá o porquê, a empresa continua na rota, supostamente graças à influência política da deputada Ana Cunha – agora na base aliada do governador Helder Barbalho -, sem ser importunada pela Arcon ou pelo MPE (veja nota da Capitania dos Portos), por mais que as embarcações vez por outra fiquem à deriva na Baía do Marajó. Parece “corpo fechado”.