O prefeito de Itaituba, Walmir Climaco, e o governador Helder Barbalho se engajaram de corpo e alma, nesta semana, para tentar suspender as ações da Polícia Federal na região do Alto Tapajós que tem destruído, com uso de bombas, através de ataques aéreos, máquinas e equipamentos utilizados na exploração ilegal de ouro. A informação sobre a participação do governador do Estado, com quem conversou “seis vezes”, junto às autoridades de Brasília foi repassada através de áudio do prefeito, divulgado na última quarta, ao mercado garimpeiro da região de Itaituba, onde 90% das atividades são praticadas sem licença dos órgãos ambientais. No áudio, Climaco recomenda “calma” aos “ilegais”.
O esforço concentrado encabeçado pelo governador Helder Barbalho e pelo prefeito Walmir Climaco “para salvar” a atividade garimpeira também reúne o deputado federal José Priante, segundo indica o áudio do prefeito de Itaituba. Em Brasília, Walmir Clima conseguiu audiência com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, mas foi proibido de se encontrar com dirigentes do Ministério do Meio Ambiente e do Ibama. Climaco não se atreveu a visitar a Polícia Federal, que comanda as operações contra os garimpos ilegais, por óbvio – “correria o risco de acabar preso”, conforme avaliam seus desafetos.
Lobby prevê nova legislação
O prefeito de Itaituba não é porta-voz apenas de garimpeiros. Defende, no mesmo saco, madeireiros e grileiros de terra, razão pela qual tem sido alvo de processos no âmbito federal. Seu lobby prevê, diante do cenário atual, apresentar proposta ao Congresso Nacional capaz de adequar a atividade garimpeira ilegal, inclusive sugerindo técnicas de exploração que reduzam o despejo de produtos tóxicos utilizado na exploração em rios da região, os mesmos que remetem águas barrentas e poluídas para a região de Santarém, contaminando as praias de Alter do Chão – o nome da operação da Polícia Federal contra a garimpagem ilegal é justamente “Operação Caribe Amazônico”
Doar, e não destruir máquinas
No áudio. o prefeito de Itaituba explica que, além de conversar com o governador Helder Barbalho e com o ministro Ciro Nogueira, tenta dialogar com os demais agentes envolvidos nas operações da Polícia Federal em busca de acordo para regularizar os garimpos clandestinos mas, principalmente, para suspender os bombardeios que destroem máquinas e equipamento e que, para eles, não deveriam ser destruídos, mas apreendidos e doadas às prefeitura, inclusive a dele (Com informações de O EstadoNet). Veja o vídeo.
Brasília, 18 horas
Combustíveis – O presidente da Câmara, Arthur Lira, disse, após reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que as Casas trabalham por consenso nos dois projetos para conter a inflação dos combustíveis. Segundo Lira, um acordo aceleraria a tramitação das propostas, que podem ir à pauta do Senado terça-feira. Lira afastou possibilidade de avanço nas emendas à Constituição, PECs, sobre combustíveis.
Tendências – Para o senador Renan Calheiros, há um consenso: “Devemos mudar a política de preços da Petrobrás, que dolariza a produção nacional de combustíveis. Dolarizados e sujeitos à variação do preço do barril de petróleo, arrebentam os bolsos dos consumidores”.
Crédito – Em reunião com representantes do comércio e serviços, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o governo lançará um programa de crédito de R$100 bilhões a empresas com faturamento até R$ 300 milhões anuais.
Subsídios – O Senado aprovou projeto que obriga a União a assumir o custeio da gratuidade de transporte coletivo urbano para idosos, com repasses de R$ 5 bilhões anuais a Estados e municípios.
Conflitos – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, disse ter sido apanhado de surpresa com o presidente Jair Bolsonaro dizendo que as Forças Armadas levantaram “dezenas de dúvidas” sobre a segurança do sistema eleitoral.
Críticas – Bolsonaro disse que ministros do STF se comportam como “adolescentes” e querem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de volta ao poder.
Missão – O ex-presidente Lula deu ao seu provável vice, o ex-governador de São Paulo, a missão de tentar atrair o PSD de Gilberto Kassab para uma aliança. Lideranças de 16 Estados do PSD resistem ao acordo com o petista.
Propósitos – Nos bastidores da campanha para a reeleição de Bolsonaro, a avaliação é que Kassab tenta filiar o governador gaúcho Eduardo Leite numa estratégia para que Lula reveja sua aliança com Alckmin.
Terceira via – Em conversa com Leite, Kassab afirmou que o PSD o faria candidato do partido à Presidência se Rodrigo Pacheco desistir de pré-candidatura