A briosa Polícia Militar do Pará deve ser a única corporação da área de segurança pública do mundo a ter uma unidade operacional funcionando a partir de um shopping-center. Ontem, o governador Helder Barbalho participou do ato de entrega da nova sede do Comando de Policiamento da Região Metropolitana, o CPRM, cuja circunscrição abrange os municípios de Ananindeua, Marituba, Benevides e Santa Bárbara, que passa a funcionar nas instalações do Shopping-Center Metrópole, em Ananindeua. A cerimônia de entrega das novas instalações do CPRM ocorreu como manda a regra: pompa e circunstância, muita propaganda, todo o staff da segurança pública e a presença dos prefeitos dos municípios da Grande Belém atendidos pela corporação, além de políticos e candidatos.
“Patinho feio” da corporação
“A Polícia Militar sempre foi muito presente e tem realizado um trabalho excelente, principalmente nos últimos anos. Então, a gente percebeu a importância de trazer a PM ainda mais perto da gente integrando esse espaço privilegiado, que é frequentado por cerca de 25 mil pessoas, todos os dias”, destacou o entusiasmado superintendente do Shopping Metrópole, Antônio Carlos Mazivieiro. As novas instalações resultam de parceria com a iniciativa privada e vão render uma economia de R$ 240 mil por ano aos cofres públicos do Estado, segundo o governo. O CPRM parece o “patinho feio” da PM: criado há 17 anos, a unidade já foi sediada no Centro de Ananindeua, mudou para Marituba e depois retornou para Ananindeua, onde dividia o prédio da antiga sede do 6° Batalhão, no Conjunto Cidade VI, até chegar a esse “novo e privilegiado espaço”.
Enfim, tudo junto e misturado
O que se deve ter em conta nessa medida é o seguinte: não se trata apenas de uma base, mas de um comando inteiro da PM instalado dentro de um shopping particular e com custos não divulgados – sequer a população entende o motivo da escolha do espaço e por quanto foi alugado pelo Estado. Economia de R$ 240 mil por ano? Bem, para o bom observador, o governo do Estado do Pará está mais para perdulário, tanto que, ao invés de construir sede própria para a corporação, decide beneficiar um empreendimento privado, cujo espaço estava ocioso e acabou virando um grande negócio. Isso sem falar na questão da segurança da unidade policial. Especialistas ouvidos pela coluna avaliam que um shopping, com frequência de 25 mil pessoas por dia, não seria um local adequado para abrigar um Comando de Policiamento, nem aqui, nem na Cochinchina e ponto final.
Associação dos delegados
da PC faz figa e aguarda promessa
Com data base agora em março, a Associação dos Delegados de Polícia Civil do Pará afirma que segue negociando com o governador Helder Barbalho, que prometeu à categoria, em entrevista ao sistema de comunicação dos delegados, e para imprensa do Pará, “a certeza da paridade e integralidade”, seja lá o que isso significa. A expectativa dos diretores da Associação é de que, além da inflação dos últimos três anos, o governo do Estado garanta, como prometido ao presidente, ganho real, além da reposição da inflação. A conferir.
“Operação morde e
assopra” ataca na balsa de Outeiro
Ao passo em que adotam medidas, como se diz, mitigadoras dos problemas vividos pela população de Outeiro, estimada em quase 100 mil pessoas, desde que a ponte ruiu, Prefeitura de Belém e governo do Estado fazem uma varredura no trânsito não em toda a ilha, como se poderia imaginar, mas nos pontos de concentração de pessoas que tentam, todo santo dia, chegar ao trabalho, em Belém. Assim é que condutores de motocicletas habituados a trafegar sem capacete, quando não sem documentos ou com licenciamento vencido são alvos fáceis na travessia da balsa na 7ª. Rua, maior ponto de concentração de pessoas que demandam a capital. O festival de multas não poupa ninguém. Ônibus, vans e outros veículos de aluguel que trafegam irregularmente na ilha passam ao largo da fiscalização e escapam das multas, desde que mantenham distância da balsa. Veja o vídeo acima: