O trio Edmilson Rodrigues, Aldenor Júnior e Luiz Araújo segue enfrentando problemas internos no Psol, mas encontra espaço para abrigar militantes vindos de outros Estados na gestão, ainda que precise dispensar assessores nativos que servem ao partido desde sempre/Fotos: Divulgação.

“Importação de mão de obra” foi prática inaugurada em Belém no primeiro governo do prefeito Edmilson Rodrigues, então no PT e, dizem, fazia parte de um projeto nacional. Um dos recursos humanos mais conhecidos naquela época atendia pelo nome de Cristina Badini, mas havia outros menos votados.

Agora no Psol, Edmilson Rodrigues readmite a velha prática, mas os objetivos seriam outros, segundo se comenta nos meios políticos: apadrinhados – e filiados do partido – de candidatos derrotados em São Paulo, como Ivan Valente, e no Estado do Amapá, como Paulo Lemos desembarcam em Belém com emprego garantido na prefeitura para uma espécie de hibernação política das suas bases, mas desalojando servidores que começam a espernear diante de gritante preterição.    

De caso pensado

Essa importação está dando problemas principalmente com assessores que vão sair do gabinete da deputada estadual derrotada Marinor Brito, abrindo crise política na chamada Primavera Socialista. Pela mesma razão, segundo se comenta, o chefe de Gabinete, Aldenor Júnior vem costurando o lançamento da candidatura da atual mulher dele, derrotada na disputa por vaga na Câmara Federal, à Câmara de Ananindeua nas próximas eleições municipais – e não se trata exatamente de um ‘salve-se quem puder’, mas de caso bem pensado.

Disputa de grupo

Depois do resultado das eleições de outubro, abriu-se uma acirrada disputa por espaços na Prefeitura de Belém envolvendo dois grupos: um – com o próprio prefeito e os irmãos Aldenor Júnior e Luiz Araújo – obcecado pela gestão institucionalizada, politicamente pragmática; outro, que tem como protagonistas integrante dos movimentos sociais ligados ao partido, empenhado em desalojar os ‘burocratas de gabinete’. Na soma dos fatores, o resultado é que, como a prefeitura claudica, a “tábua” de salvação seria o futuro governo Lula.

A tampa do caixão

Por enquanto, o prefeito Edmilson Rodrigues é candidato a fechar a tampa do caixão das últimas administrações de Belém, talvez por isso seja um retrato fiel, senão escarnado e esculpido de um menestrel da Idade Média atrás de algumas moedas para se manter vivo, com sonhos mirabolantes de tornar Belém uma cidade inteligente que não resistem à menor análise prática.