Fundado em 1955 – primeiro como Maternidade e depois como Casa Geral de Saúde – pelo então Bispo da Dom Eliseu Corolli, o Hospital Santo Antônio Maria Zacaria, em Bragança, região nordeste do Pará, é uma instituição filantrópica sem fins lucrativos vinculada à Diocese de Bragança e administrada há 35 anos pelas Irmãs Missionárias de Santa Teresinha. Hoje, o hospital é referência na região, onde conta 500 funcionários, oferece dezenas de especialidades médicas e relevantes serviços prestados à saúde pública.
Tamanha referência tem um “porém”: o hospital é administrado há 35 anos pela religiosa Estelina Oliveira e coleciona uma série de episódios obscuros que cada vez mais viram peça de resistência em comentários de rua: fala-se em notório enriquecimento ilícito, das praças de Bragança, passando por Irituia, Tracuateua e Augusto Corrêa e até em certos gabinetes da Igreja Católica em Belém. As conversas apontam que dirigentes do hospital são donos imóveis que incluem fazendas milionárias – muito gado -, chácaras de fechar o tempo, mansões faraônicas e carros de luxo, sem falar em suposta promiscuidade com políticos ligados aos governos estadual e municipal. Há informações de que existem até vilas de casas adquiridas por padres e freiras em Portugal, do outro lado do Atlantico.
Preço do desatino administrativo
Recentemente, a piedosa Irmã Estelina foi multada pelo Ministério Público e obrigada a pagar multa de R$ 5 mil mensais por seus desatinos como gestora – e bingo!: os recursos estariam sendo bancados pelos combalidos cofres do santo hospital. Enquanto isso, pacientes e funcionários do hospital têm de se contentar com alimentação precária à base de soja sete dias por semana, ausência total de insumos e medicamentos – a dívida do hospital com fornecedores é milionária que está se tornando impagável – e o pior de tudo: neste ano, funcionários só receberam um mísero salário, até agora.
Cadê o dinheiro do governo federal?
Pelo sim, pelo não, a conta de Irmã Estelina começa a engordar com denúncias de crueldade administrativa, aliada a de insidioso assédio moral e ameaças pessoais a funcionários do hospital e familiares – tudo isto em um tempo em que, verdade seja dita, o governo federal jamais direcionou tanto dinheiro para o hospital. Então, é o caso de se perguntar ao Ministério Público do estado: cadê o dinheiro?