Procedimentos abertos contra rede atacadista remetem à ausência de fiscalização da produção pesqueira que desembarca no maior mercado da cidade e é distribuída às feiras livres da região metropolitana e interior do Estado/Fotos: Divulgação.

Os procedimentos administrativos instaurados nesta semana pelo Ministério Público do Pará para apurar possíveis irregularidades nas redes de supermercado Mix Atacarejo, Supermercado Mateus e Assaí Atacadista chamaram a atenção de observadores do mercado para um detalhe: não se tem conhecimento de ação semelhante do parquet em relação à montanha de pescado vendido supostamente sem origem diariamente no Ver-o-Peso e feiras por todo o Pará. Na rede atacadista, o MP planeja verificar possível descumprimento de normas sanitárias, venda de pescado sem registro correto e de procedência duvidosa.

Lavagem para dar “origem”

O que se diz é que portaria da Agência de Defesa Agropecuária, a Adepará, obriga que todo e qualquer pescado proveniente da pesca na maré seja “lavado” na indústria pesqueira antes de desembarcar no mercado do Ver-o-Peso, como forma de garantir a sanidade do produto. Se a carga não passar por esse procedimento não tem “origem” e estará passível de recolhimento pelo governo. Assim, 100% do pescado comercializado na feira não tem origem, ou seja, a portaria do próprio governo virou letra morta e o consumidor segue comprando gato por lebre. Mas, quem ousa mexer no vespeiro?

“Fiscal da lei” vê o que quer

O fato é que, a partir dessas observações, conclui-se que, para o “fiscal da lei” do Pará, o peixe comercializado no Ver-o-Peso, feiras livres de Belém e região metropolitana e em todo o interior do Estado está 100% dentro das regras de sanitárias, ao contrário, pelo que se supões dos procedimentos do MP, acontece na rede atacadista. Então, tá.

Reflexões

A Semana Santa ontem
e hoje,  segundo as
reminiscências do escritor
Sebastião Godinho

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