O governo do Pará designou o comandante-geral da Polícia Militar, coronel José Dílson de Melo de Souza Júnior, para chefiar comissão que irá à cidade de Brescia, na Itália, de 14 a 28 deste mês, para receber pistolas semiautomáticas e fuzis e fazer a aferição do armamento na sede da empresa fabricante, conforme consta em publicação recente do Diário Oficial do Estado. Detalhe: o deslocamento será sem qualquer ônus para o Estado, de acordo com os ternos do decreto, o que pressupõe que a empresa fabricante das armas custeará a viagem da comissão, ou os próprios integrantes pagarão as despesas.
Governo escaldado com
“compras de brinquedo”?
O que chama a atenção nesse decreto governamental, e precisaria ser apurado pelo Ministério Público no caso da viagem da comissão ser custeada pela empresa, é se esse tipo de relação envolvendo servidores do Estado e a empresa fornecedora de produto, bem como o pagamento integral das despesas do deslocamento pelo fabricante é legal. Importa saber. Outro aspecto: será tão importante verificar a aferição desse armamento na fábrica, ou será que o governo do Pará, depois do fornecimento de respiradores de brinquedo durante a pandemia, teme que as armas também sejam de brinquedo.
Dolce far-niente…
Com todo o respeito, enfim, que fábrica de armas será essa que precisaria levar o comprador para aferição de seus produtos no local da fabricação? Será fábrica de fundo de quintal? No mais, 15 dias aferindo armas na Itália é muito bom para relaxar dos efeitos da criminalidade no Pará. Nada contra a viagem do coronel, fique claro.