Reitora Herdjania Veras terá que se explicar ao TCU sobre investimentos de R$ 2 milhões, enquanto embarcação está sendo adaptada para atuar na pesca, em Icoaraci/Fotos: Divulgação.

A Reitoria da Universidade Federal Rural da Amazônia não sabe, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, muito menos, mas a coluna faz seu trabalho de utilidade pública – não sem deixar um aviso: quem procura, acha. O barco de R$ 2 milhões encomendado pela Universidade para pesquisas pesqueiras não sumiu, como alega a Reitoria. Segundo garantem fontes consultadas pela coluna, a embarcação passa por reformas e adaptações para operações de pesca em um porto do Distrito de Icoaraci, Região Metropolitana de Belém.

O “navio fantasma”, por assim dizer, adquirido com recursos do Ministério da Agricultura dez anos atrás, virou alvo de investigações do Tribunal de Contas da União, que acionou a direção da Ufra para saber que destinação teria sido dada ao dinheiro – aviso: onde está o dinheiro a coluna não sabe, mas o barco, sim, ao menos até ontem. Essa embarcação, aliás, pela qual, conforme a coluna apurou, o atual “proprietário” pagou míseros R$ 140 mil, quase virou “cavalo de Tróia” para a Universidade, não fosse providencial consulta da Reitoria da época à Marinha, que praticamente desabilitou a embarcação para a atividade fim por ter sido construída fora das especificações técnicas.

A rigor, a Reitoria da Ufra tem o relatório da Marinha condenando o barco. A Universidade, inclusive, chegou a abrir processo para ressarcimento aos cofres públicos por parte do estaleiro responsável pela construção – ou adaptação -, mas a atual administração não deu sequência ao procedimento, o que provavelmente inviabilizou a possibilidade de ressarcimento dos R$ 2 milhões investidos.

Estudos apontam níveis elevados de produtos químicos danosos à saúde/Divulgação.

Camarão “turbinado” vendido
em Belém pode provocar danos
à saúde do consumidor

Especialista na matéria garante à coluna que se a Vigilância Sanitária mandar testar a quantidade residual de solução de metassulfito no camarão fresco – sobretudo o de cativeiro – vendido nas feiras e supermercados de Belém vai se surpreender. O produto químico é essencial na carcinicultura para prevenir a melanose – escurecimento da carapaça e carne, com perda de valor comercial – do camarão, logo após a despesca.

Os limites permitidos para concentração residual do produto químico são de 30 ppm no Japão, 80 ppm para a Europa e 100 ppm para os Estados Unidos e Brasil. Pesquisas particulares em Belém apontam que algumas apontam concentração de mais de 1.000 ppm de metabissulfito, veneno que pode provocar alergias, choque anafilático e até câncer.