Leis e diretrizes disponibilizadas pela legislação brasileira e não aplicadas por Estados e municípios, como no caso da Política Nacional de Resíduos Sólidos, também provocam a reação da natureza, com enchentes, deslizamentos de terra e tragédias como a que abalou os Estados da Bahia e Minas Gerais/Divulgação.

Estudo do Fórum Econômico Mundial aponta que os danos causados ao meio ambiente podem provocar perda de 44% do PIB global proveniente das cidades. Estima-se que, em pouco tempo, se nada for feito para reverter esse cenário, as interrupções nas atividades econômicas acumularão perdas de aproximadamente US$ 31 trilhões, o equivalente a cerca de R$ 170 trilhões. Para Suzette Renault de Carvalho, gestora socioambiental e coordenadora de comunicação da Consultoria em Administração Municipal, o estudo evidencia a importância dos municípios para reverter esse quadro de perda da biodiversidade e das mudanças climáticas.

No Brasil, Suzette Renault de Carvalho cita como bons exemplos o Novo Marco do Saneamento – 14.026/2020 – e a Política Nacional de Resíduos Sólidos – 12.305/2010. “São leis que dão diretrizes para uma boa gestão do saneamento, para o fortalecimento das cooperativas de catadores e para a responsabilidade compartilhada entre a administração pública e todos os personagens da cadeia produtiva”, justifica. 

Natureza responde a altura

As práticas responsáveis por danos ao meio ambiente interferem na economia, seja pelos impactos que causam ao ar, à terra ou às águas, e algumas delas são evidenciadas no estudo do Fórum Econômico Mundial. A falta de áreas verdes e a exponencial emissão de gases de efeito estufa nos municípios, por exemplo, provoca o aumento das temperaturas e o risco de enchentes ou deslizamentos nessas regiões. Entre as consequências dessa irresponsabilidade estão os recentes desastres nos municípios de Minas Gerais e Bahia. 

O prejuízo por conta dos estragos que a chuva provocou aos municípios mineiros foi estimado em R$ 400 milhões, de acordo com o governo do Estado. Já para o Estado da Bahia, o governo estima investimento superior a R$ 1 bilhão para socorrer as vítimas. (Com informações da Ex-Libris Comunicação Integrada/Assessoria da Conam).