Estudo da Confederação Nacional dos Municípios aponta que o Brasil contabiliza prejuízos de R$ 1,1 bilhão decorrentes das queimadas e incêndios florestais de 2016 a 2021. No mesmo período, a União investiu apenas 32% desse valor – R$ 376,2 milhões – para ações de prevenção e combate a incêndios e queimadas. A maior parte do prejuízo calculado pela CNM está concentrada neste ano, quando os danos financeiros ultrapassaram R$ 738 milhões no País. Enquanto em 2016 foram pagos R$ 77,4 milhões para ações de prevenção, fiscalização, monitoramento e combate a queimadas e incêndios florestais, o valor caiu para R$ 46,4 milhões em 2020 e para R$ 62,9 milhões em 2021.
Monitoramento destaca
ano de 2020, o mais crítico
De 2016 a 2021 foi autorizado um montante de R$ 492,4 milhões para as ações, no entanto, somente 76% desse total, ou seja, R$ 376,2 milhões foram pagos, deixando um total de R$ 116,2 milhões de recursos sem uso. No mesmo período, foram registrados 1.104.422 focos no País, de acordo com monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais. O ano de 2020 foi o mais crítico, com recorde de focos, que chegaram a mais de 222 mil. O mês setembro acumula mais registros, sendo 331.612 queimadas nos últimos seis anos.
Bioma amazônico segue
como o mais prejudicado
Entre os biomas mais afetados está a Amazônia, com maior porcentagem de focos ativos (47,1%), seguido pelo Cerrado (31,8%) e a Mata Atlântica (8,9%). Em número total de focos, a Amazônia soma 518.997 registros e o Cerrado, 350.064, ambos no período de 2016 a 2021. Neste ano, até 14 de outubro, o levantamento da Confederação aponta que o bioma amazônico teve 63.115 focos de queimadas, o que representa 40,1% do total registrado no País em 2021. Por consequência, a Região Norte, que concentra o bioma amazônico, foi a mais prejudicada pelas queimadas, acumulando 457.917 registros, ou seja, 41,4% dos cerca de 1,1 milhão de focos identificados nacionalmente de 2016 a 2021.