O que se diz é que o deputado Chicão Melo, presidente da Assembleia Legislativa, precisará recorrer à reengenharia política para contornar, o mais rápido possível, o estrago causado pela preterição do seu nome ao cargo de vice-governador na chapa de reeleição de Helder Barbalho em favor da ex-secretária de Planejamento e Administração Hanna Ghassan. O tempo urge.
A quatro dias da confirmação do nome de Hanna e a menos de três meses da eleição, Chicão Melo é instado pelo senso de sobrevivência política a fazer das tripas, coração para obter uma votação expressiva e convincente, capaz de manter-se aspirando ao cargo de prefeito de Ananindeua, quando Deus mandar bom tempo, e a conquistar, antes disso, espaço de porteira fechada na estrutura do novo governo, de vez que a presidência da Assembleia Legislativa deve cair no colo de Iran Lima que, por óbvio, também precisa se eleger em igual condição.
Lei de Gerson
Chicão Melo não está nem abatido, nem cabisbaixo. Nem tudo é o que parece ser, afinal, mas é certo que as escolhas do governador Helder Barbalho de certo modo embaralharam seus planos. A nova ordem é tirar dos próximos três meses, até a eleição, tantas quantas vantagens políticos restarem nesse cipoal de estratégias onde amigos leais ou mais que leais são como peças de xadrez manipuladas segundo as vontades e conveniências do governante de plantão.
Ponte para o futuro
Se não ocorrer nenhum acidente de percursos, na próxima sexta-feira se consolida mais um passo nos planos políticos do governador Helder Barbalho – a indicação de Hanna Ghassan como sua vice na chapa de reeleição, em quadro eleitoral que lhe parece amplamente favorável. Hanna não é somente uma técnica, mas pessoa de extrema confiança de Helder, a quem acompanha desde a Prefeitura de Ananindeua.
Na visão do governador, Hanna é a pessoa ideal para missão de “tampão” na segunda gestão, ao final da qual Helder planeja deixar o comando do Executivo justamente nas mãos de Hanna para se dedicar a campanha política rumo ao Senado Federal, com planos de ocupar a vaga do pai, o hoje senador Jader Barbalho.
Fronteira de Chicão
Nessa fronteira o deputado Chicão acabou preterido. Chicão Melo também tem seus sonhos e ambições próprios e o governador sabe disso, ainda que, por sua vez, Helder alimente o ousado sonho pessoal de se tornar um presidenciável da República.
Papo Reto
- O novo ciclo do ouro no Pará está deixando consequências piores do que a era de Serra Pelada. Nem sequer existe banco oficial para comprar e controlar o ouro do garimpo.
- O garimpo ilegal não repara nada na natureza. O círculo de miséria na região continua aumentado por doenças e prostituição. A pistolagem corre solta.
- Estudiosos relatam relações ilícitas recíprocas entre garimpo e tráfico de drogas, com envolvimento de gente muito poderosa.
- Ironia do destino. Em Marabá, em pleno veraneio, na beira do rio Tocantins, o povo não tem água.
- Os restaurantes da Estação das Docas servem ótimas refeições e a administração ainda oferece aos clientes ‘sauna grátis’, um desleixo que já perdura há muito tempo. É a Operação “Afugenta turistas”.
- O FMI melhorou a projeção de crescimento do PIB do Brasil em 2022. A estimativa subiu de 0,8%, como divulgado em abril, para 1,7%, segundo relatório publicado nesta semana.
- Finalmente, embalagens de alimentos passarão a trazer alerta sobre excesso de três nutrientes perigosos: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio.
- É cada dia está mais complicado distinguir o verdadeiro do falso nos meios de comunicação, a partir dos limitadíssimos sentidos humanos.
- Isso tem tudo a ver com os colossais avanços da inteligência artificial, a partir da revolucionária rede neural denominada “convulcional”.
- Funciona assim: com meros cinco segundos de uma voz, essa tecnologia assimila e codifica padrões da entonação e jeito de falar de uma pessoa, podendo usá-los na leitura de qualquer outro texto que o dono da voz sequer viu.
- Imagine o campo fértil que se abrirá à indústria das fake-news. Já se diz que, em pouco tempo, celebridades certamente poderão vender o direito de uso de suas vozes por grandes fortunas.