A prática de crimes em série de invasões de terra e furto de frutos de dendê com o pleno conhecimento da Polícia e da Justiça coloca o Pará no topo da impunidade e quebra a cadeia produtiva de palma, sem ao menos a manifestação do setor produtivo do Estado/Fotos: Divulgação.

Em depoimento à Polícia, o líder indígena Marques Tembé relata que este é o segundo caso em que se envolve com a participação das empresas na recepção de carga em dez dias.

Os crimes de invasão de fazendas e roubo de frutos de dendê não param na região do Acará e Tomé-Açu. Novamente, invasores liderados pelo indígena Marques Tembé e pelo quilombola Josias dos Santos são flagrados pela equipe de segurança patrimonial da empresa Brasil BioFuels (BBF) e por câmeras de segurança instaladas nas operações da empresa.

No furto ocorrido na manhã da última segunda-feira, um caminhão bitrem transportava uma carga roubada de 34 toneladas de frutos de dendê – situação tão corriqueira que domina noticiário da região, mas segue impune.

Nas imagens, o caminhão com a carga furtada sai às 10 horas da Fazenda Polo Vera Cruz, da BBF, e é flagrado novamente por volta das 13 horas entrando na sede da notória empresa Marborges, que atua descaradamente na receptação de frutos furtados de empresas que cultivam dendê na região em Moju.

Réu confesso, mas…

Este é o segundo caso do indígena Marques Tembé envolvendo empresas que atuam na receptação de frutos roubados na região nos últimos dez dias. Em depoimento à Polícia Civil de Tomé-Açu, dia 3 deste mês, o líder indígena afirmou que a carga de dendê apreendida naquele sábado estava sendo transportada para a Dendê Tauá, outra empresa que aparece constantemente ligada à receptação de frutos na região.

Estímulo ao crime

Empresas que atuam na receptação de frutos de dendê furtados como Marborges, Dendê Tauá e outras estimulam diretamente os crimes praticados pelos invasores indígenas e quilombolas, pois, não havendo receptações, logo não haveria invasões e furtos de dendê. Infelizmente, são empresas que objetivam o lucro a qualquer custo, agindo contra o setor produtivo da palma e contra o próprio Estado do Pará, comprometendo a cadeia produtiva.

Vejo e depoimento do indígena à Polícia