No último domingo, 22, uma equipe de dez funcionários da Arcon protagonizou uma das cenas mais patéticas já vistas pela população de Salvaterra, no Marajó. Convidados pela direção da empresa Arapari Navegação para participar da ‘viagem experimental’ de nova embarcação para a linha regular entre o arquipélago e a capital, os desditosos funcionários da Agência tiveram que ser “rebocados” no meio da viagem porque a tal embarcação não resistiu e quebrou. A vergonhosa cena virou atração no Porto de Salvaterra, onde a população está calejada de problemas desse tipo, sem solução.
E assim caminha a população do Marajó. É muito difícil, senão impossível resolver o problema do transporte para o Porto Camará, uma vez que a empresa Arapari, da família da deputada Ana Cunha insiste em utilizar navio e lancha velhos que, dia sim, dia não ficam à deriva no meio da Baía do Marajó, ou sequer saem do porto. Daí o resultado pífio da audiência pública solicitada pela população e finalmente promovida pela Arcon em Salvaterra na última segunda-feira.
Do nada para lugar nenhum
O resultado final da audiência pública deu em nada, uma vez que os representantes do município não compareceram, o governo, através da Arcon, avisou que nada pode fazer e a empresa de navegação apenas reconheceu os péssimos serviços prestados, acenando com a possibilidade de disponibilizar – “em 30 dias, talvez” – outra embarcação. Restou à população alertar que irá fechar o Porto do Camará na primeira vez que uma embarcação quebrar – seja no começo, no meio ou no fim da viagem.